(Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)
Quando tudo parecia perdido e a derrota decretada eis que Rafael Marques empata o jogo em 2 minutos.
Não só ele, é claro, todo o elenco teve méritos.
Nos pênaltis, não tivemos a mesma felicidade da final da Copa do Brasil e Vanderlei pegou a cobrança de Prass.
Jogo válido pela semifinal do Paulistão 2016.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 (3) X (2) 2 PALMEIRAS
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data-Hora: 24/4/2016 – 16h (horário de Brasília)
Árbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza
Auxiliares: Anderson José de Moraes Coelho e Alex Ang Ribeiro
Público-Renda: 13.690 pagantes / R$ 688.235,00
Cartões amarelos: Elano e Gabigol (SAN), Egídio, Alecsandro, Gabriel, Thiago Martins, Matheus Sales, Vagner e Vitor Hugo (PAL)
Gols: Gabigol 39′ 1ºT (1-0); Gabigol 28′ 2ºT (2-0); Rafael Marques 42′ 2ºT (2-1); Rafael Marques 43′ 2ºT (2-2)
Nos pênaltis:
Acertaram: David Braz, Zeca e Victor Ferraz (SAN) Cleiton Xavier e Jean (PAL)
Erraram: Lucas Lima (SAN), Lucas Barrios, Rafael Marques e Fernando Prass (PAL)
SANTOS: Vanderlei, Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia (Léo Cittadini 31′ 2ºT), Renato, Lucas Lima e Vitor Bueno (Paulinho 26′ 2ºT); Gabigol (Alison 36′ 2ºT) e Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior
PALMEIRAS: Fernando Prass, Jean, Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; Gabriel, Matheus Sales, Robinho (Cleiton Xavier 14′ 2ºT) e Roger Guedes; Alecsandro (Rafael Marques 14′ 2ºT) e Gabriel Jesus (Lucas Barrios 34′ 2ºT). Técnico: Cuca
Palmeiras goleou Santos na Vila Belmiro por 6 a 0 em 1996; relembre
Felipe Krüger
Departamento de Comunicação
23/04/2016 – 21:35h
O duelo deste domingo (24), na Vila Belmiro, entre Palmeiras e Santos, fará o torcedor palestrino relembrar um confronto importante da história do clássico, há 20 anos, também na casa do rival do litoral paulista. Em 1996, o Verdão goleou os santistas por 6 a 0, com gols de Rivaldo (2), Cléber (2), Cafu e Djalminha.
Curiosamente, a partida também caiu em um dia 24, e era válida pelo Campeonato Paulista. A grande diferença é o mês da realização do embate, já que o episódio da épica goleada alviverde aconteceu em março.
Sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras foi a campo com Velloso; Cafu (Marco Ósio), Sandro, Cléber (Cláudio) e Júnior (Elivélton); Galeano, Flávio Conceição, Djalminha e Rivaldo; Müller e Luizão.
Retrospecto geral
Ao todo, as duas equipes já se encontraram 322 vezes em toda história. Foram 136 vitórias do Palmeiras, 84 empates e 102 triunfos do Santos. Considerando apenas jogos válidos pelo Campeonato Paulista, a vantagem também é verde e branca: 185 partidas, 90 jogos vencidos pelo time do Palestra Italia, 42 igualdades no marcador e 53 reveses.
O último encontro entes os rivais no torneio estadual aconteceu em fevereiro deste ano. O duelo foi disputado no Allianz Parque, palco da conquista palmeirense sobre o Santos na Copa do Brasil 2015, e terminou 0 a 0.
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Pós-Jogo
Fonte: http://www.verdazzo.com.br/jogo/ficha/id/5883/santos-2-x-2-palmeiras
Depois de 90 minutos dignos de uma decisão, com altos e baixos de parte a parte e de um emocionante empate, o Palmeiras foi para mais uma decisão por pênaltis contra o Santos na Vila Belmiro – e perdeu mais uma vez. Com o resultado, o Santos vai disputar a final do Paulistão com o Audax e já pode preparar a festa, mesmo com toda a competência do time de Osasco. Ao Palmeiras, resta a certeza de ter caído em pé, como cabe aos grandes times: protagonizando a disputa e deixando a torcida orgulhosa; com a esperança real de fazer um Brasileirão como não vemos há muitos anos a partir do dia 14 de maio.
PRIMEIRO TEMPO
Os planos dos dois times no início pareciam claros: o Santos queria fazer um gol logo de cara e assim jogar a pressão para o nosso lado, aproveitando o estádio, com torcida única, inflamado. O Palmeiras queria apenas não tomar esse gol no começo e iniciar seu jogo quando a temperatura baixasse – metafórica e literalmente.
E o Santos veio com tudo pra cima. O Palmeiras não conseguia trocar três passes. A marcação alta fazia com que nosso time não conseguisse trabalhar a saída, e nas bolas longas a intensidade do time da casa fazia com que todas as segundas bolas caíssem em seus pés. Os ataques do time de branco aconteciam sobretudo pelo lado esquerdo de nossa defesa, com Gabriel forçando pelos espaços nas costas de Egídio.
Apesar do domínio, o Palmeiras conseguiu seu objetivo no primeiro ato da partida, que durou precisamente até os 24 minutos de jogo. O Santos teve a rigor duas chances até então: na primeira, aos dez, Gabriel Jesus cometeu falta boba no lado esquerdo da defesa e Lucas Lima bateu rápido, direto para o gol, tentando surpreender Fernando Prass que rebateu no reflexo para longe; aos 19 houve um bate-rebate na área e na sobra Gabriel bateu para boa defesa de Prass. Neste lance, a imprensa reclamou de pênalti para o time da casa – o zagueiro do Santos abaixou a cabeça, dividiu com o pé de Vitor Hugo e acabou levando um chute no rosto. Nenhum jogador do Santos reclamou na hora. Houve também uma reclamação de um suposto penal logo no começo do jogo, quando Roger Guedes interceptou uma finalização de Vitor Bueno com o braço – mas eles estavam muito próximos e a bola foi muito forte. Sem chances.
O jogo foi interrompido aos 24 minutos para atendimento médico, e Cuca reposicionou Gabriel. A parada esfriou o ânimo do Santos, e o Palmeiras saiu para o jogo. Nossa defesa encaixou com o ataque santista e o equilíbrio passou a prevalecer em campo. O Verdão enfim criou sua primeira chance de gol, quando aos 34 Roger Guedes driblou dois adversários e bateu forte da entrada da área; o chute saiu alto, mas bem na direção de Vanderlei, que espalmou a escanteio – fosse um pouco mais para qualquer um dos lados e o placar seria sido aberto.
Quando o Palmeiras já se sentia à vontade no jogo, saiu o gol do Santos: aos 39, Matheus Sales perdeu a bola no ataque e Lucas Lima aproveitou o espaço para puxar o contra-ataque; o passe em diagonal para Gabriel foi preciso; ele cortou Egídio com facilidade, mas nossa dupla de zaga teve tempo para se posicionar. Todo mundo sabia que o atacante santista cortaria para o pé esquerdo para bater cruzado, menos Vitor Hugo, que caiu no movimento de corpo do atacante; Thiago Martins chegou para o bloqueio mas virou o rostinho na hora do chute, que saiu bem fraquinho, mas colocado, entrando no canto direito de Prass.
Pouco aconteceu dali até o fim do primeiro tempo: o Palmeiras tentava se recuperar do baque e o Santos respirava, depois do intenso esforço físico. O juiz encerrou o primeiro tempo e a expectativa é que Cuca desmontasse o 4-2-3-1 idêntico ao de Marcelo Oliveira que sacrificava Gabriel Jesus e Roger Guedes, que tinham que voltar para marcar. Robinho também não agradou e Cleiton Xavier era aguardado.
SEGUNDO TEMPO
Cuca voltou com o mesmo time, mas a atitude foi diferente. O time ficou mais compacto no meio-campo e tomou as rédeas do jogo. Uma boa sequência de escanteios e uma finalização de fora de Gabriel mostraram que as tintas do segundo tempo seriam mais verdes, mesmo com Robinho seguindo em tarde muito infeliz.
Cuca mexeu aos 14: Alecsandro e Robinho deram lugar a Rafael Marques e Cleiton Xavier. Enquanto o camisa 10 deixou o meio-campo muito mais encorpado, Rafael Marques errava tudo o que tentava, deixando o time praticamente com dez em campo.
Aos 16, uma chance de ouro: Gabriel Jesus tomou de David Braz na intermediária, arrancou em direção ao gol, livre, mas na hora de bater foi muito mal – a bola saiu à esquerda e por cima do ângulo esquerdo de Vanderlei. Três minutos depois, Egídio acertou um belo cruzamento; Roger Guedes, no segundo pau, não acreditou que a bola passaria e não conseguiu dominar a bola, que se ofereceu limpa no bico da pequena área.
O Palmeiras dominava, mas conforme o relógio andava a ansiedade crescia. Quando já dava sinais que ia abandonar a defesa e partir com tudo para o abafa, o Verdão tomou o segundo gol, aos 29: Zeca fez uma jogada relativamente simples em cima de Gabriel (o nosso), e entrou na área; levantou a cabeça e rolou para Gabriel (o deles), que bateu de primeira; a bola passou por baixo de Matheus Sales, que tentou fechar, e ainda bateu na canela de Egídio em cima da risca antes de entrar no gol.
Cuca foi para o desespero, tirando Gabriel Jesus e mandando Barrios para o jogo. Rafael Marques ficou mais enfiado e Barrios fazia o papel de Alecsandro, voltando para buscar jogo e puxando um marcador. Cleiton Xavier conseguiu uma boa aproximação da dupla, enquanto Roger Guedes mantinha o lado esquerdo da defesa do Santos ocupado. Mas nossos jogadores pareciam entregues. As jogadas não eram executadas com a gana necessária por todos os jogadores. O abatimento era nítido.
Aos 40 minutos a torcida começou a fazer festa. Gritos de “eliminado” e toda a sorte de provocações eram ouvidas. Mexeram com os caras errados. E veio a improvável e heroica reação: aos 42, Cleiton Xavier tocou para Barrios, que viu Rafael Marques enfiado entre os zagueiros e arriscou o toque; perfeito. A bola chegou ao camisa 19, que brigou com os adversários, ajeitou e bateu rasteiro na saída de Vanderlei, diminuindo o placar. Com três minutos mais os acréscimos pela frente, era possível. E todo o time do Palmeiras passou a acreditar, partindo pra cima com todas as forças.
A torcida local sentiu o golpe e se calou. O time absorveu o medo e também se encolheu. E contra um adversário que parecia um coelhinho branco encurralado em sua toquinha, o Palmeiras foi lá e impiedosamente empatou o jogo no lance seguinte: Cleiton Xavier mais uma vez fez a jogada pela esquerda, ajeitou o corpo e cruzou no bico da pequena área onde Rafael Marques desviou de cabeça no cantinho esquerdo, inapelável para Vanderlei. Uma explosão de alegria – não no estádio, mas em todos os lares palmeirenses pelo mundo. Uma reação magnífica, histórica, de um time digno que representa a cada um de nós que contou as horas, os minutos, para o começo do jogo.
O Santos estava nocauteado em pé. O jogo ia até os 48. Aberto, dos dois lados – o Palmeiras quase tomou o terceiro numa desatenção em que Ricardo Oliveira (aos mais desatentos: ele jogou), impedido, quase aproveitou. Com mais dois ou três minutos e nossa virada provavelmente sairia, mas não deu tempo. De novo, os pênaltis.
PÊNALTIS
Cleiton Xavier abriu as cobranças com uma batida fraca, mas colocada, no canto direito de Vanderlei, que mostrou que estava afiado – ele ainda tocou na bola antes dela entrar.
Lucas Lima abriu a passada, muito na diagonal. Canhoto, a trajetória indicava o chute no canto direito. Prass, no entanto, fez a leitura do movimento do pé e percebeu que ele mudaria o canto, e pulou no canto esquerdo. Lucas Lima tentou iludir nosso goleiro em vez de simplesmente executar no canto; o chute cruzado saiu forte, mas não fora do alcance de Prass, que aumentou sua lista de pênaltis defendidos. A série não poderia ter começado melhor.
Barrios era o encarregado da segunda cobrança. Era o momento psicológico de enterrar o Santos. Se abrisse 2 a 0, depois da reação espetacular com a bola rolando, o Santos abriria o bico. Mas o paraguaio não bateu bem: colocou no lado esquerdo, muito ao alcance de Vanderlei, que também leu o pé do batedor, acertou o lado e agarrou sem rebote.
David Braz partiu para a segunda batida. Partiu da reta, mas alterou a trajetória, mudando a tendência inicial de batida no canto direito. Prass detectou e caiu no “drible”: foi para o esquerdo, mas a bola foi mesmo do lado direito, quase no meio.
Jean foi para a batida claramente nervoso. Telegrafou o canto direito. Mas tirou o ritmo de Vanderlei fazendo duas paradinhas antes do chute, que saiu indefensável – e se não fosse, Vanderlei teria pego. Zeca empatou com uma batida clássica, sem frescura, no canto esquerdo, rente à trave, enquanto Prass foi para o canto direito.
Faltando duas de cada lado, a tensão crescia. E Rafael Marques, que no Itaquerão meteu seu pênalti na gaveta, mas que já havia errado nas duas decisões anteriores contra o Santos, partiu. Telegrafou o canto direito, bateu forte, mas dentro do alcance, e Vanderlei fez ótima defesa. Foi então em direção a Fernando Prass e implorou que ele salvasse sua pele. Vitor Ferraz não permitiu. Com o moral novamente elevado por passar à frente na disputa, ele teve calma e sua cobrança foi praticamente um replay da anterior, de Zeca.
E todo o peso do mundo caiu sobre os ombros de Fernando Prass, o escolhido para a última série: além de ter que fazer o seu, tinha que defender mais um na sequência. Prass bateu forte, como em dezembro. Se naquela batida a bola foi muito para o meio mas entrou porque Vanderlei errou o canto, desta vez ela foi muito para o lado, triscou a trave e saiu. E o Santos comemorou.
Não é o caso de crucificar os jogadores. Eles treinaram bem; sucumbiram ao momento. Talvez a escolha tenha sido muito técnica, sem levarem conta o emocional dos atletas. Talvez tenhamos sido prejudicados nisso quando Cuca foi expulso por comemorar nosso segundo gol e pelo auxiliar também ter sido retirado do jogo ao tentar passar instruções aos atletas com auxílio de um instrumento supostamente proibido (um tablet). Nossos atletas não tiveram aquele papo cara a cara com quem escolhe a lista. Isso influenciou? Jamais saberemos.
FIM DE JOGO
O Palmeiras caiu de pé, para usar um daqueles chavões bem manjados. Quando decidimos trocar o treinador, no fim de março, assumimos o erro cometido no início da preparação, demos os dois campeonatos como perdidos e o que viesse era lucro. Mesmo com o time em franca ascensão, as derrotas de março foram fatais – nos tiraram pontos irrecuperáveis na Libertadores e perdemos o mando no mata-mata do Paulista, que sabíamos que era em partida única desde o início.
O que nos acalenta é saber que o time tem brios; que lutou de forma digna nas duas frentes, que após um período de reconhecimento o treinador conseguiu extrair um futebol bem mais competitivo do ótimo elenco e que as três semanas que nos separam da estreia do Brasileirão devem servir de sintonia fina para esta nova fase do trabalho. Fomos eliminados dos dois campeonatos; é frustrante, mas não saímos de nenhum deles envergonhados.
Isto é ser palmeirense. Não somos casados com as vitórias, e sim com um time, com uma camisa, desde que não nos envergonhem. Dizem que não, mas nós toleramos erros e sabemos reconhecer quando eles não são cometidos por negligência. O elenco provou desse raro momento de clemência de nossa torcida. Na verdade, conquistou-o, mostrando reação, brio e dignidade.
Só esperamos que mantenham a trajetória crescente e que mostrem resultado no segundo semestre, em duas competições nacionais importantes. Com alguns meses de atraso, eles reuniram todas as condições para isso. Inclusive o apoio da torcida. VAMOS PALMEIRAS!
Números
Fonte: PTD
PG | J | V | E | D | GP | GC | SG | % | ||
1 | Palmeiras | 24 | 7 | 3 | 5 | 25 | 17 | 8 | 53 | |
2 | São Bernardo | 23 | 6 | 5 | 4 | 22 | 21 | 1 | 51 | |
3 | Ponte Preta | 22 | 6 | 4 | 5 | 22 | 16 | 6 | 48 | |
4 | Ituano | 22 | 6 | 4 | 5 | 19 | 19 | 0 | 48 | |
5 | Novorizontino | 21 | 5 | 6 | 4 | 24 | 21 | 3 | 46 |
Números do Verdão no Paulistão | ||
Jogos | Pontos ganhos | Porcentagem |
Em casa: 09 | 14 em 27 disputados | 51,85% |
Fora: 08 | 14 em 24 disputados | 58,33% |
Total: 17 | 28 em 51 disputados | 54,90% |
Quem marcou |
Alecsandro: 8 gols |
Posição e pontuação do Verdão a cada rodada | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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