
Em ritmo de treino Verdão venceu o Mogi e reencontra as vitórias.
É ótimo, apesar de não unânime, ter o retorno do Mago Valdívia.
Jogo válido pela 14ª rodada do Paulistão 2015.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 1 MOGI MIRIM
DATA E HORÁRIO: 04/04/2015, às 18h30
LOCAL: Palestra Itália, em São Paulo-SP
ÁRBITRO: Luiz Vanderlei Martinucho-SP
ASSISTENTES: Gustavo Rodrigues de Oliveira-SP e Renata Ruel Xavier de Brito-SP
PÚBLICO E RENDA: 29.523 pagantes / R$ 2.212.515,00
CARTÕES AMARELOS: Lucas, Vitor Hugo, Dudu, Fernando Prass e Arouca (Palmeiras); Wagner (Mogi Mirim)
CARTÃO VERMELHO: Vitor Hugo (Palmeiras)
GOLS:
PALMEIRAS: Dudu, aos 11′ e aos 13’/1º tempo; Robinho, aos 37’/1º tempo
MOGI MIRIM: Rivaldo Júnior, aos 3’/2º tempo
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Vitor Hugo e Victor Luís; Gabriel, Arouca (Renato), Robinho (Jackson), Rafael Marques e Dudu; Cristaldo (Valdivia)
TÉCNICO: Oswaldo de Oliveira
MOGI MIRIM: Daniel; Valdir, Fábio Sanches, Wagner e Leonardo de Jesus; Hygor (Geovane), Val, Magal, Edson Ratinho (Elvis) e Vitinho; Magrão (Rivaldo Júnior)
TÉCNICO: Claudinho Batista
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
O Verdão precisou e pouco mais de 25 minutos para marcar três gols, trucidar o Mogi Mirim e depois treinar sob os olhares de quase 30 mil palmeirenses numa belíssima tarde-noite na zona oeste da Capital Paulista. O resultado devolve temporariamente a segunda posição geral e as vantagens no mata-mata, ainda torcendo por tropeços de Santos e SPFC no complemento da rodada.
Obviamente não se pode deixar de destacar a volta de Valdivia, depois de quatro meses. O chileno estava visivelmente fora de ritmo, mas mesmo assim fez jogadas de muito brilho, para delírio dos torcedores de ié-ié-ié do Allianz Parque. Contou com uma certa benevolência dos marcadores do Mogi, que pareciam até estar tomando um pouco de cuidado para não machucá-lo. Mas ainda estava visivelmente fora de ritmo, por vezes deu a impressão que estava receoso de forçar demais e se arrebentar de novo. O gol que perdeu, perto do fim do jogo, ilustra bem a marcha lenta com que o dez entrou em campo.
O time entrou extremamente pilhado em campo, disposto a apagar a má impressão deixada no jogo em Campinas. Talvez o quarteto de frenteestivesse também pressionado pela presença de Valdivia no banco: se movimentaram como ainda não tínhamos visto este ano, nem no jogo contra o SPFC. Foram trocas de passes rápidas, muita compactação uma movimentação que confundiria qualquer defesa. Não seria a do Mogi que iria impor resistência.
Assim, o massacre teve início logo a dois minutos, com Robinho batendo falta com perigo no segundo pau, mas Daniel tirou da área. Um minuto depois, pressão em escanteio, Robinho chapelou Ygor e Rafael Marques emendou de primeira pra fora – seria um golaço espetacular.
Mas o Mogi não veio só pra se defender, e tinha um contra-ataque bem armado, que estava encaixando. Vitor Hugo ficou várias vezes no mano-a-mano com os atacantes do Sapão, e tirava como podia.
Aos 11, a pressão do Verdão deu resultado: a jogada começou com Lucas na direita, ele enfiou para Cristaldo, que arredondou o lance num lindo toque de calcanhar para Robinho, que enxergou Dudu livre pelo meio e fez o passe; o camisa 7 só tirou do goleiro e correu para o abraço.
Um minuto depois, Victor Luis foi ao fundo e cruzou para trás; Rafael Marques fechava pela direita, ergueu a bola no domínio mas escolheu mal o canto, batendo para fora. Se batesse cruzado, teria muito mais chances. Mas não teve problema: dois minutos depois, veio o segundo: após roubada de bola no meio, Dudu e Robinho impuseram uma tabelinha genial frente a uma defesa armada com seis jogadores do Mogi – é verdade que Cristaldo, sem tocar na bola, puxou dois. Robinho deixou Dudu na cara do goleiro e ele tocou na saída, sem chances: 2 a 0.
Aos 26, mais uma linda jogada: Dudu, que estava na direita, caiu pela esquerda e fez ótima jogada, e enfiou a bola para Robinho. O camisa 27 podia ter tentado o gol, mas com pouco ângulo, preferiu rolar para trás; Gabriel, que está treinando este posicionamento, surgiu livre e tocou no canto esquerdo de Daniel que estava batido, mas apareceu um pé salvador de um zagueiro para evitar o gol certo.
Aos 37, com tanta pressão, mais um golaço: Dudu puxou o contra-ataque e enfiou para Cristaldo, que puxou dois zagueiros antes de devolver para Dudu, que enxergou Robinho fechando pelo meio e rolou; o meia apenas calculou a execução e soltou o balaço de trivela, selando o massacre. Depois do terceiro gol, as equipes se deram por satisfeitas e seguraram o jogo até o fim do primeiro tempo.
O segundo tempo não foi tão intenso, embora o Mogi tenha feito seu gol logo a 4 minutos – e saiu dos pés dos dois jogadores que entraram no jogo no intervalo: Giovane tabelou com Rivaldinho, Vitor Hugo rebateu mal, Victor Ramos marcou a bola e não o jogador, e Giovane conseguiu um lindo toque na saída de Fernando Prass, fazendo um golaço por cobertura.
Mesmo valente – o que explica sua boa colocação na tabela – o Mogi sabia que não podia jogar aberto porque tomaria pelo menos mais três. O time compactou o meio, equilibrou um pouco as ações, refreou o ímpeto do Verdão mas também perdeu a saída rápida para o contra-ataque. O placar definitivo se desenhou logo nos primeiros minutos do segundo tempo. Mas só parecia, porque o Palmeiras, mesmo a meia-carga e com um a menos a partir dos 25 minutos, criou mais chances perigosíssimas que só não derm em gol por detalhes – ou por interferência do árbitro.
Aos 5, Cristaldo cruzou e a bola bateu no braço de Wagner Silva. Não achei pênalti, mas se o juiz quisesse, podia dar. Aos 16, Cristaldo perdeu duas chances, após belo lançamento de Robinho – na primeira, Daniel defendeu o toque por baixo, cara a cara; e na segunda, tentou driblar em vez de concluir e perdeu a jogada. Talvez tenha sido até esta a razão de ter sido o escolhido por Oswaldo para dar lugar a Valdivia. Dudu e Rafael Marques passaram a se revezar no papel de homem de frente.
Pouco depois, Vitor Hugo levou o segundo amarelo e saiu do jogo. Oswaldo não conseguiu testar o time completo com Valdivia em campo. O jogo seguiu aberto com chances de parte a parte: Rafael Marques recebeu de Lucas e bateu torto. O Mogi conseguiu um ótimo ataque com Vitinho, nas costas de Jackson; Prass abafou, e no rebote Geovane tentou encobrir e mandou para fora.
Nossos pendurados iam tomando seus cartões, o time ainda tentava alguns contra-ataques, e num deles Dudu sofreu pênalti descarado de Fabio Sanches, mas o juiz deu “vantagem” e Valdivia perdeu gol feito. Logo depois, mais uma jogada veloz e Dudu por muito pouco não conseguiu o drible em Daniel, que desviou a bola com a mão no limite da área. Foi muito bem o goleirão nessa. No final, sobrou tempo para Valdivia, em ritmo de treino, tentar um gol de cavadinha. Sem levar a sério, a bola não entra.
O juizão apitou o fim do jogo e os quase 30 mil palmeirenses saíram do Allianz Parque bastante satisfeitos com o padrão de jogo visto. Se mantiver a pegada, principalmente do primeiro tempo, bate de frente com qualquer um. Claro que não podemos perder de vista que o adversário era apenas o Mogi, um time que está na Série B do Brasileirão. Mas o padrão foi muito bom, melhor até que o que vimos no clássico há dez dias. O time que perdeu em Campinas é que parece estar fora da curva.
Cabe agora a Oswaldo decidir quem sai para as entradas de CleitonX e Valdivia. Se é que sai alguém. Eu é que não queria ter essa responsabilidade. VAMOS PALMEIRAS!