Ainda na euforia da grande vitória sobre o São Paulo, o Verdão não entrou em campo.
Jogadores desligados e desatentos erravam passes básicos e não construíam nada de efetivo para merecer o placar. Parecia que bastava entrar em campo e a histórica e pesada camiseta alviverde faria o resto.
Jogo válido pela 13ª rodada do Paulistão 2015.
FICHA TÉCNICA
RED BULL BRASIL 2 X 0 PALMEIRAS
DATA E HORÁRIO: 29/03/2015, às 18h30
LOCAL: Moisés Lucarelli, Campinas (SP)
ÁRBITRO: Leonardo Ferreira Lima
ASSISTENTES: Fabio Baesteiro e Osvaldo Apipe de Medeiros Filho
PÚBLICO E RENDA: não disponíveis.
CARTÕES AMARELOS: Samuel, Gustavo Scarpa (Red Bull Brasil); Tóbio (Palmeiras)
GOLS: Lulinha, aos 19’/1ºT (1-0); Fabiano Eller, aos 33’/1ºT (2-0)
RED BULL BRASIL: Juninho, Jonas, Anderson Marques, Fabiano Eller, Samuel, Willian Magrão; Carlinhos (Raul, 39’/2ºT), Lulinha (Gustavo Scarpa, 17’/2ºT), Everton Silva (Romário, 22’/2ºT); Edmílson, Marcelo. Técnico: Maurício Barbieri.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas, Tobio, V. Hugo e Zé Roberto (Victor Luis, 12’/2ºT); Gabriel e Arouca; R. Marques, Robinho e Dudu; Cristaldo (Gabriel Jesus, 13’/2ºT). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
Ainda com a cabeça no clássico da quarta-feira, o Verdão fez uma partida muito ruim e foi derrotado pelo Red Bull por 2 a 0, e assim praticamente deu adeus às chances de jogar no Allianz Parque, tanto na partida das quartas-de-finais (deve ficar atrás de SCCP e SPFC na tabela e o jogo tende a ser em campo neutro, apesar de ter o mando) quanto numa eventual partida semifinal, quando deve jogar como visitante. Pensem no prejuízo técnico e financeiro, e temos a dimensão da derrota de hoje, num jogo que não foi encarado pelo time com a importância que tinha.
Temos que dar muitos méritos também ao time do Red Bull, que apesar do esquema defensivo não se limitou apenas a esperar o Verdão e espanar a bola; armou um excelente esquema de contra-ataque, e teve Edmilson e Lulinha em noites inspiradas. O time todo se preocupou em jogar futebol, e mesmo depois da vantagem construída jogou em pé, sem se preocupar com o relógio. Vitória com autoridade.
Não há desculpas para o Palmeiras. Não havia desfalques, o campo do Moisés Lucarelli permite que se toque a bola sem maiores problemas, e os atletas do Red Bull não foram desleais; o juiz não interferiu no resultado e o que se viu foi um time que tomou uma lição muito antiga do futebol: cada jogo é um jogo. Quem estava pela frente era o Red Bull, não o SPFC.
A falta de concentração era nítida. Passes tortos, ou com a força mal calculada; posicionamento deficiente tanto na cobertura, para evitar o contra-ataque, quanto em jogadas de bola parada do adversário – como no segundo gol, que começou numa jogada de lateral; jogadores estáticos, aceitando a marcação apenas correta do time do interior. A bola pune.
Assim, o Red Bull construiu o placar com naturalidade, executando seu plano com competência e aproveitando a falta de intensidade do nosso time. Aos 19, Dudu tentou um passe de calcanhar na armação do ataque – Robinho estava muito bem posicionado pela esquerda e o toque simples era o mais certo a se fazer. Everton Silva desceu, ganhou de Zé Roberto com facilidade e tocou em profundidade para Lulinha, marcado por Lucas; o jogador do Red Bull, mesmo aparentando uns quilinhos a mais, foi rápido o suficiente e não foi travado, conseguindo acertar o canto de Fernando Prass com muita precisão.
Aos 30, a coisa ficou pior. Num lateral da esquerda, Rafael Marques parecia levar vantagem na tentativa de corte, mas se enrolou e Lulinha ganhou a jogada. Vitor Hugo estava sozinho na marca do pênalti, sem ninguém para marcar, mas Fabiano Eller estava fora da área, mais aberto. Zé Roberto ficou só olhando, apenas se limitou a levantar o braço enquanto veio o cruzamento, que encobriu Vitor Hugo. O zagueiro do adversário ainda se abaixou para cabecear para nossas redes.
Com 2 a 0 a favor, o Red Bull não precisou mais forçar, e fez um jogo defensivo correto. O Palmeiras criou algumas chances, mas aí faltou a competência – talvez um pouco de concentração – para converter as oportunidades. Em dados momentos, lembrava a esterilidade do time do ano passado. Uma coisa horrível. E mesmo assim, as chances só vieram no segundo tempo – no primeiro, o maior sufoco que Juninho passou foi numa bola levantada em falta da direita, por Zé Roberto, que Vitor Hugo testou bem em sua direção.
Um tanto pilhado pelo placar adverso, o time voltou para o segundo tempo um pouco mais disposto. Aos 4, Arouca roubou a bola na intermediária, Lucas cruzou e Rafael Marques tentou o domínio; a zaga cortou parcialmente e Dudu tinha só o lateral Jonas entre ele e o gol – e mesmo assim, mal posicionado, com o canto aberto. Mas foi suficiente para evitar o gol de nosso camisa 7, desviando a péssima finalização.
Aos 10, Oswaldo mandou a campo Gabriel Jesus e Victor Luís, nos lugares de Cristaldo e Zé Roberto, que sentiu uma fisgada na virilha. Em seu primeiro lance, quase o menino fez o seu: jogada pela direita entre Lucas e Rafael Marques, veio o cruzamento e Gabriel dominou, a seu estilo; com calma, deu o corte no primeiro zagueiro e com muita categoria bateu por baixo do segundo. Na maioria das vezes essas bolas rasteiras entram, mas Juninho fez uma defesa de muito reflexo. No rebote, Gabriel Jesus tentou emendar de esquerda mas bateu muito mal, para fora. Parecia que o time tinha acordado.
Só parecia. Tudo voltou ao passo anterior na sequência, com nossos jogadores sem nenhuma objetividade. Robinho ainda pensava na placa, Dudu no cavalinho, Rafael Marques nos dois gols. Gabriel descia bastante ao ataque mas não sabia o que fazer com a bola, e nossos laterais eram nulos. A entrada de Alan Patrick no Robinho, aos 28, não mudou em nada o panorama do jogo, que terminou com uma melancólica derrota.
Que o time tenha aprendido a ter mais humildade. Esta derrota não tem nenhuma desculpa, nenhum fator atenuante. Não dá nem para dizer que perdeu quando podia perder, porque valia praticamente dois jogos no Allianz Parque. Ainda é possível recuperar esses mandos, mas agora depende de tropeços de Santos e SPFC nas duas rodadas finais. Que os líderes do elenco agora façam o que tem que ser feito dentro do vestiário, para fazer desta péssima jornada uma lição definitiva. VAMOS, PALMEIRAS!