Derrota difícil de digerir.
Tentando manter a boa sequência de resultados positivos, recebemos o Santos em casa sob muita chuva e com o gramado bastante encharcado.
O primeiro tempo foi equilibrado. No segundo, dominamos e pressionamos o tempo todo. Como quem não faz, leva, na única jogada de ataque da equipe santista, tomamos o gol.
A rodada só não foi pior porque nos mantivemos na quarta colocação e o líder, Corinthians, apenas empatou. Com isso a distância foi para 12 pontos. Santos e Grêmio estão a 4 e 3 pontos a nossa frente, respectivamente.
O sonho do título ainda se mantém, mas dificultou bastante. O lado positivo foi ter visto o time criando bastante e tomamos um gol numa jogada isolada e com uma falha generalizada do sistema defensivo. Bola pra frente. Ainda dá.
Jogo válido pela 26ª rodada do Brasileirão 2017.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 X 1 SANTOS
LOCAL: Allianz Parque, São Paulo (SP)
DATA-HORA: 30/9/2017 – 19h
ÁRBITRO: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (SP)
AUXILIARES: Anderson José de Moraes Coelho (SP) e Bruno Salgado Rizo (SP)
PÚBLICO/RENDA: 37.527 pagantes/R$ 2.760.716,34
CARTÕES AMARELOS: Mayke, Luane e Fernando Prass (PAL), Bruno Henrique, Alison, Zeca, Jean Mota e Matheus Jesus (SAN)
CARTÕES VERMELHOS: –
GOL: Ricardo Oliveira (30’/2ºT) (0-1)
PALMEIRAS: Fernando Prass; Mayke, Luan, Juninho e Zé Roberto (Thiago Santos, no intervalo); Jean (Guerra, aos 19’/2ºT), Tchê Tchê e Moisés; Willian (Borja, aos 31’/2ºT), Dudu e Deyverson. TÉCNICO: Cuca.
SANTOS: Vanderlei; Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Zeca; Alison, Matheus Jesus e Jean Mota (Serginho, aos 39’/2ºT); Copete, Bruno Henrique e Ricardo Oliveira (Kayke, aos 43’/2ºT). TÉCNICO: Levir Culpi.
Confronto com o Santos marcará o milésimo clássico da história do Verdão
Bruno Alexandre Elias
Departamento de Comunicação
29/09/2017 – 19h57
O confronto entre Palmeiras e Santos, agendado para a noite deste sábado (30), no Allianz Parque, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, entrará para a história como o milésimo clássico estadual disputado pelo Verdão – incluindo também jogos diante do Corinthians e do São Paulo.
Até hoje, foram realizados 999 duelos com os rivais paulistas, e o retrospecto é favorável: foram 367 vitórias palestrinas, 295 empates e 337 derrotas (com 1468 gols marcados contra 1347 sofridos). Apenas contra o Santos, adversário da vez, foram 327 encontros (137 triunfos alviverdes, 86 empates e 104 vitórias alvinegras, com o Verdão balançando as redes em 551 ocasiões e sendo vazado 466 vezes).
Além do milésimo clássico, outra marca expressiva virá como consequência do embate deste sábado: o Santos se tornará o clube que mais cruzou os caminhos do Palmeiras no Brasileirão. Atualmente, a competição nacional contabiliza 68 confrontos entre as duas equipes. Com a 69ª partida, o Alvinegro igualará o Internacional – que neste ano disputa a Série B – em número de duelos, dividindo, assim, a primeira posição da lista dos que mais enfrentaram o Alviverde.
Outra curiosidade é que, quando o assunto é Campeonato Brasileiro, o Clássico da Saudade é promessa de gols. Dos 68 jogos pela competição nacional, apenas em cinco oportunidades não houve abertura de placar. O último 0 a 0 aconteceu em 02 de setembro de 1990.
Invencibilidade
O Palmeiras entrará em campo também para defender um tabu imposto diante do Peixe: o de não perder para o rival da Baixada dentro de casa desde 2009. Nos últimos oito anos, as equipes se enfrentaram por seis vezes no Palestra Italia/Allianz Parque (o Alviverde venceu três vezes e empatou outras três). Desde que o estádio foi rebatizado de Allianz Parque, em 2014, foram cinco jogos disputados, três vitórias do Palmeiras e dois empates.
Confira o retrospecto do Palmeiras em clássicos estaduais:
Números gerais:
J: 999
V: 367
E: 295
D: 337
GP: 1468
GC: 1347
Clássicos contra o Corinthians:
J: 363
V: 129
E: 110
D: 124
GP: 518
GC: 475
Clássicos contra o Santos:
J: 327
V: 137
E: 86
D: 104
GP: 551
GC: 466
Clássicos contra o São Paulo:
J: 309
V: 101
E: 99
D: 109
GP: 399
GC: 406
PÓS-JOGO
Num gramado muito ruim, que tornou o jogo mais imprevisível e nivelou as equipes tecnicamente, o Palmeiras acabou derrotado pelo Santos pela contagem mínima e complicou bastante as chances de seguir com maiores objetivos no Brasileirão. Agora, torcer contra o líder não é mais apenas uma questão de lucro, e sim de quase sobrevivência.
PRIMEIRO TEMPO
Uma chuva muito forte começou a cair sobre o Allianz parque cerca de uma hora antes do jogo começar. O gramado, recém-plantado, alagou de forma retumbante. Houve um apagão nos refletores minutos antes dos times entrarem em campo. Depois de alguma apreensão, a partida teve início – a surpresa no Santos foi a entrada de Matheus Jesus no lugar de Leandro Donizete; do nosso lado, tudo conforme o esperado.
Com o campo impraticável, a tática ficou clara: pressão na saída de bola; ao recuperar, rabiscar na intermediária para cavar faltas. Com três minutos de jogo, Dudu já tinha batido duas bolas paradas na área do Santos – uma foi forte demais e a outra houve impedimento. O Santos tentava a mesma tática, mas tinha mais problemas para chegar à nossa intermediária.
O lado das cadeiras centrais leste estava mais seco, e Bruno Henrique descobriu que podia tentar jogar por ali. Mayke venceu a primeira disputa, mas ficou o alerta.
Aos sete minutos, Copete recebeu em velocidade pela direita chutou rasteiro, para fora. O Verdão seguia cavando faltas e tentando os chuveirinhos, enquanto o Santos arriscava jogadas de velocidade pelas beiradas – nada funcionava.
A primeira jogada por baixo veio aos 21: Dudu e Willian Bigode trocaram passes pela direita; Dudu trouxe para o meio e rolou para Moisés, que tentou bater colocado mas errou o alvo. Um minuto depois, boa tabela entre Dudu e Moisés, que tentou mais um chute de fora – sem direção.
O jogo seguia pobre tecnicamente, no limite que o gramado encharcado permitia. Aos 27, Ricardo Oliveira cobrou falta sofrida por Bruno Henrique, para firme defesa de Fernando Prass. Aos 33, após jogada de escanteio pela direita; Tchê Tchê foi ao fundo e cruzou por baixo – Dudu e Deyverson se preparavam para escorar para o gol, mas Vanderlei cortou.
Aos 38, Jean apanhou uma bola viva após escanteio – de frente para o gol, arriscou um belo chute cruzado, mas a bola saiu à direita do gol de Vanderlei. O Santos respondeu um minuto depois, em bola levantada na área que Prass saiu de soco mas não afastou bem; Jean Mota pegou a sobra e tentou acertar o canto esquerdo, mas errou o alvo. Aos 42, depois de mais uma disputa entre Luan e Ricardo Oliveira, o juizão deu cartão amarelo para Luan no grito do atacante santista.
Aos 46, já após o tempo de acréscimo ter estourado, Bruno Henrique conseguiu uma boa ligação com Daniel Guedes pela direita; o lateral invadiu a área e cruzou por baixo; Jean e Luan atrapalharam um ao outro e a bola sobrou limpa para Ricardo Oliveira, que chutou rasteiro, mas Fernando Prass fez uma excelente defesa com o pé direito, na melhor chance do primeiro tempo. O juizão foi para o vestiário coberto de glórias. Os dois times se esforçaram para abrir o placar, mas pararam no estado lamentável do gramado.
SEGUNDO TEMPO
A chuva não parou, mas diminuiu de intensidade e no início do segundo tempo já não havia tantas poças quanto no começo do jogo e a bola passou a rolar melhor. Cuca sacou Zé Roberto, que tinha dificuldades para jogar com o gramado pesado, e colocou Thiago Santos em seu lugar. Tchê Tchê passou a fazer a lateral esquerda.
Aos seis, a primeira boa chance do Verdão: Dudu recebeu na direita após jogada de lateral entre Willian e Moisés e girou dentro da área, concluindo com muito perigo à esquerda do gol. Dois minutos depois, depois de um bate-rebate na área, Deyverson emendou de esquerda, por cima.
Só dava Palmeiras. Com o campo secando, Cuca decidiu mandar Guerra a campo, aos 18 minutos – Jean saiu do jogo e Moisés recuou um pouco. Aos 22, uma chance inacreditável: Moisés caiu pela direita, levantou a cabeça e cruzou por baixo; Deyverson furou e a bola sobrou limpa para Dudu marcar dentro da pequena área, mas o camisa 7 deixou a bola passar de maneira incrível.
Aos 24, Thiago Santos sofreu falta frontal à área de Vanderlei. A batida de Dudu tinha o endereço, mas desviou na barreira. A entrada de Guerra deu outra cara ao jogo e o Palmeiras prensou o Santos em seu campo de defesa. O gol parecia questão de tempo.
Mas aí entra o velho chavão do futebol: quem não faz, toma. Numa descida isolada do Santos, aos 30 minutos, o Santos chegou ao gol, com Ricardo Oliveira: após Guerra perder a disputa de bola na saída, pelo lado esquerdo, Bruno Henrique foi acionado do outro lado. Mayke deu o combate e Thiago Santos parecia bem posicionado no camisa 9 do Santos, que se deslocou. Nosso volante marcou a bola e deixou Oliveira sozinho na linha da pequena área, aí ficou fácil para marcar de cabeça.
Cuca foi para o desespero e trocou Willian por Borja. E em sua primeira participação, o colombiano tentou um bom chute da entrada da área, após troca de passes com Moisés e Guerra.
O Palmeiras cedeu à ansiedade e não conseguiu mais criar chances, mesmo com muita presença ofensiva. Só aos 44 a torcida teve alguma esperança de gol: Juninho deu um balão na área, e Dudu surpreendeu chegando por trás da zaga e cabeceou com muito perigo, mas a bola saiu à esquerda. Depois de uma forte pressão com bolas aéreas nos minutos finais, e de muita cera do Santos, o juizão encerrou o jogo após apenas quatro minutos de acréscimos.
FIM DE JOGO
Foi muito frustrante. A expectativa era de vencer o jogo, dormir na vice-liderança e torcer para a diferença se manter em oito pontos no complemento da rodada. Apesar das condições ruins de jogo, o Palmeiras fazia por merecer a vitória e teve a bola do jogo nos pés, mas não aproveitou e foi castigado.
Não se pode colocar a responsabilidade da derrota apenas no gramado e na chance perdida por Dudu. Deyverson, embora tenha feito taticamente uma boa partida, deixou a desejar na parte técnica, finalizando pouco e mal.
Vai ser uma derrota dura de digerir. Serão 12 dias até a próxima partida, mais uma vez porque o campeonato pára por causa da Seleção da CBF, e o ambiente interno deve entrar em ebulição, com as pressões daqueles que atrapalham sempre.
Resta pouco a fazer ainda este ano, mas ainda há chances. Temos que fazer nossa parte – algo que não fizemos esta noite, e secar. Secar muito. VAMOS PALMEIRAS!