Precisando da vitória para manter a sequência na reação, além de não perder de vista os líderes, fomos a Belo Horizonte fazer uma prévia do jogo de volta pela Copa do Brasil.
Começamos a partida bem, mas tomamos um gol num lance de rara felicidade na finalização do adversário. Não conseguimos mais manter criar nada ainda tomamos mais 1 antes de fechar o primeiro tempo.
No segundo tempo ensaiamos uma reação e descontamos, mas a falta de objetividade foi maior e, já nos descontos, mais um lance de sorte do Cruzeiro fechou a conta.
Até se entende o resultado ruim pelo cansaço da viagem ao Equador, os desfalques, a falta de treino, erros de arbitragem… mas o esperado pelo torcedor era que “o melhor elenco do Brasil” lidasse melhor com essas situações.
Jogo válido pela 12ª rodada do Brasileirão 2017.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 3 X 1 PALMEIRAS
LOCAL: estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
DATA/HORA: 9 de julho de 2017, às 16h
ÁRBITRO: Péricles Bassols (PE)
ASSISTENTES: Clóvis Amaral da Silva e Cleberson do Nascimento Leite (ambos de PE)
CARTÕES AMARELOS: Ariel Cabral (Cruzeiro), Mayke, Willian, Dudu, Tchê Tchê (Palmeiras)
PÚBLICO/RENDA: 15.129 pagantes/R$ 387.378,00
GOLS: Thiago Neves, aos 31/1ºT (1-0), Hudson, aos 41/1ºT (2-0), Willian, aos 16/2ºT (2-1) e Élber, aos 46/2ºT (3-1)
CRUZEIRO: Fábio; Lucas Romero, Léo, Murilo Cerqueira e Diogo Barbosa; Ariel Cabral, Henrique, Hudson (Lucas Silva, aos 15/2ºT) e Thiago Neves (Élber, aos 39/2ºT); Alisson e Rafael Sóbis (Sassá, aos 29/2ºT). TÉCNICO: Mano Menezes.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Mayke (Keno, no Intervalo), Mina, Luan e Egídio (Michel Bastos, aos 37/2ºT); Bruno Henrique, Tchê Tchê e Zé Roberto (Raphael Veiga, aos 32/2ºT); Dudu, Róger Guedes e Willian. TÉCNICO: Cuca.
PÓS-JOGO
Fonte: Verdazzo
O Palmeiras foi derrotado pelo Cruzeiro no Mineirão por 3 a 1, numa partida parelha em que qualquer resultado poderia ter acontecido. O Cruzeiro, que teve a semana toda para descansar e treinar, foi favorecido pelo árbitro que deixou de dar dois pênaltis a nosso favor e teve muita felicidade nos dois gols marcados no primeiro tempo. O Palmeiras diminuiu o placar mas não conseguiu manter o ritmo para buscar o empate e agora foca no Derby, que sempre é um ponto de inflexão na temporada – para quem ganha e para quem perde.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca armou o time com Zé Roberto no meio-campo, como volante sem a bola, armando um 4-3-2-1; e como meia quando o time tinha a bola – Tchê Tchê também avançava e o time mudava para um 4-1-4-1. E o jogo começou bastante intenso, com os dois times lutando muito pela supremacia do meio do campo. A um minuto, Tiago Neves armou a jogada pela direita, ganhou de Egídio e Luan e ligou com Sóbis, que aparou para Henrique, que bateu sem marcação no canto esquerdo – Fernando Prass foi buscar.
Aos 5, Dudu tocou de calcanhar para Egídio, que conseguiu o cruzamento para cabeçada de Roger Guedes – a bola saiu por cima do travessão. Aos 8, boa triangulação entre Mayke Tchê Tchê e Roger Guedes, que invadiu pela direita e cruzou – Willian Bigode fechou marcado por Léo e a bola saiu por pouco.
Aos 12 após escanteio para o Cruzeiro, Dudu puxou ótimo contra-ataque, ligando com Egídio na velocidade; Alisson chegou chegando e deu o rapa, fazendo a falta. Na cobrança, Bruno Henrique bateu muito bem, buscando o ângulo direito de Fábio, mas a bola saiu raspando a forquilha. Dois minutos depois, mais um lance do Verdão: Roger Guedes tirou dois da jogada, tabelou com Bruno Henrique e foi lançado na direita, cruzou para Dudu que fechava livre para abrir o placar, mas Lucas Romero afastou a escanteio.
O Palmeiras venceu a disputa pelo meio campo e passou a comandar o jogo, com muito mais posse de bola e não permitindo ao Cruzeiro que chegasse junto à nossa área, mas por outro lado o time mineiro conseguiu encaixar a marcação, evitando que o Verdão acionasse com tanta frequência as jogadas pelas laterais. Aos 18, Roger Guedes ganhou de Murilo e quando se preparava para entrar na área foi puxado: pênalti que Péricles Bassols não assinalou.
A chance seguinte só saiu aos 27, curiosamente a mesma jogada do lance anterior: Roger Guedes foi ao fundo e cruzou buscando Dudu; Lucas Romero mais uma vez cedeu escanteio. Aos 29, Léo agarrou Mina na área após cobrança de falta de Dudu, e o juiz mandou seguir de novo.
Aos 32 o jogo mudou num lance de rara felicidade: Sóbis iniciou o lance pela direita e acionou Alisson, que conseguiu um passe na medida para Thiago Neves, marcado por Luan; com pouquíssimo ângulo, o meia tocou por cima, no único local possível, e marcou um belo gol com todos os méritos para si.
O Palmeiras ainda tentava se reorganizar após o gol para voltar a pressionar o time da casa, quando aos 42 Lucas Romero arriscou um chute de muito longe, sem pretensão alguma – talvez até a bola saísse mas Hudson enfiou a cabeça nela e desviou, a bola tomou a direção do gol e Fernando Prass não conseguiu defender. O Cruzeiro, desta forma, tirou dois gols da cartola e construiu uma vantagem injusta no primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
Cuca voltou com Keno no lugar de Mayke, amarelado – Tchê Tchê foi para a lateral direita, Zé Roberto recuou para a volância e Dudu caiu para o meio. Os dois times voltaram disputando cada pedaço do gramado e a primeira chance de gol só saiu aos 14: Keno ganhou de Lucas Romero e Hudson no mesmo drible, invadiu a área, puxou para o meio e bateu de curva, mas pegou mal na bola.
Aos 17, Tchê Tchê conseguiu bom lançamento para Roger Guedes na direita; ele ganhou no corpo de Alisson e cruzou na medida para Willian, na risca da pequena área, e ele fuzilou Fábio com uma testada violenta, diminuindo o placar.
Um minuto depois, Egídio aproveitou a segunda bola após cruzamento, levantou de volta na área e Mina testou, por cima. O Cruzeiro sentiu o golpe, mas a exemplo do jogo no Allianz Parque há dez dias, usou a experiência para esfriar o jogo. O Palmeiras não soube manter o ritmo, ninguém conseguiu repetir o que Dudu fez naquele jogo e liderar o time em busca da reação – nem ele mesmo.
Aos 27, Keno partiu para cima de Léo, ganhou, foi ao fundo dentro da área e cruzou na boca do gol, mas Willian não conseguiu o arremate. O Cruzeiro finalmente respondeu: aos 30, Diogo Barbosa conseguiu um bom cruzamento e Sassá, que tinha acabado de entrar, testou forte, mas Prass defendeu com bastante reflexo e salvou o Verdão.
Cuca então tentou mudar o ritmo do time mandando Raphael Veiga a campo no lugar de Zé Roberto, e pouco depois trocou Egídio por Michel Bastos, mas o time continuou sem organização, incapaz de furar a fraca defesa do Cruzeiro. O aspecto físico também pesava, visivelmente: quando o corpo não ajuda, a cabeça falha.
Com o Palmeiras lançado à frente no desespero, o Cruzeiro conseguiu o terceiro gol nos acréscimos: aos 47, Elber foi lançado na direita, Luan falhou e ele saiu na cara de Prass, que fechou bem o ângulo e defendeu o primeiro chute, mas a bola pipocou em Veiga e no próprio Prass e se ofereceu para Elber, que não desperdiçou a segunda chance com o gol vazio. E o jogo terminou.
FIM DE JOGO
Não são “desculpas”, até porque o Verdazzo não está aqui para se desculpar com os leitores pelo resultado. Mas existem vários atenuantes para a derrota:
- Cuca não consegue treinar variações ofensivas e ajustes defensivos;
- O Cruzeiro treinou a semana toda pensando no Palmeiras, e estava fisicamente mais inteiro;
- O Palmeiras perdeu nesta semana Guerra e Borja, e já estava sem Jean, Moisés e Felipe Melo;
- O juiz não deu dois pênaltis quando o jogo estava 0 a 0;
- O adversário é um time da primeira linha do futebol brasileiro, jogando em casa.
Mesmo com tudo isso, poderíamos ter tido melhor sorte, a exemplo do jogo no Equador. Pela projeção de pontos ajustada, a derrota já era esperada. Estamos em plenas condições de atingir os 77 pontos, mas o problema é que o líder do campeonato está com uma pontuação muito acima de qualquer previsão – é verdade que com uma tabela bastante favorável. Por isso mesmo é que temos que manter a tranquilidade; a tabela vai inverter no segundo turno e eles, mesmo focados apenas no Brasileirão, devem ter problemas para manter esse ritmo.
Mas temos que começar essa reação já na quarta-feira. Qualquer resultado que não seja a vitória vai tirar qualquer chance de reação e ainda pode complicar muito o ambiente com as pressões, que podem atrapalhar as disputas das copas. Estamos dentro de todas as competições e temos que jogar junto. VAMOS PALMEIRAS!