Irreconhecível, inimaginável e inaceitável.
Com essas 3 pralavras pode-se descrever a atuação do Verdão hoje em Campinas. De longe a pior partida dos últimos tempos.
Totalmente sem foco e displicente em campo tomamos um gol com 40 segundos. Aos 7 o segundo e o terceiro aos 33. No segundo tempo a Ponte tirou o pé e a coisa só não foi pior porque o juiz não deu um pênalti cometido por Fernando Prass.
O vexame nos deixa numa situação bem complicada para reverter e tentar ir às finais do campeonato.
Jogo de ida válido pelas semifinais do Paulistão 2017.
LOCAL: Moisés Lucarelli, Campinas (SP)
DATA-HORA: 16/4/2017 – 16h00
ÁRBITRO: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (SP)
AUXILIARES: Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo (SP) e Daniel Paulo Ziolli (SP)
PÚBLICO/RENDA: 13.706/R$ 376.645,00
CARTÕES AMARELOS: Thiago Santos, Borja e Mina (PAL); Jeferson, Fernando Bob, Jadson e Reynaldo (PON)
GOLS: William Pottker (1’/1ºT) (0-1), Lucca (7’/1ºT) (2-0) e Jeferson (33’/1ºT) (3-0)
PONTE PRETA: Aranha; Jeferson, Marllon, Yago e Reynaldo (Artur, aos 40’/2 ºT); Fernando Bob, Elton e Jadson (Wendel, aos 18’/2ºT); Lucca, Clayson (Lins, aos 31’/2 ºT) e William Pottker. Técnico: Gilson Kleina.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Mina, Edu Dracena e Zé Roberto; Felipe Melo, Willian (Róger Guedes, aos 25’/2 ºT), Tchê Tchê, Guerra (Michel Bastos, intervalo) e Dudu; Borja (Alecsandro, aos 12’/2ºT). Técnico: Eduardo Baptista
PÓS-JOGO
Fonte: Verdazzo
Irreconhecível, o Verdão foi goleado pela Ponte Preta por 3 a 0 e agora precisa, no mínimo, devolver o placar para levar a disputa pela classificação para os pênaltis no próximo sábado no Allianz Parque.
Pela primeira vez no ano o time levou mais que dois gols, todos em falhas individuais, e não teve a menor criatividade para reverter o placar, construído ainda no primeiro tempo. A partida contra o Peñarol, claramente, ainda estava na cabeça dos jogadores e bastou à Ponte Preta fazer o mínimo para construir sua vantagem.
PRIMEIRO TEMPO
Na primeira bola, Guerra lutou para ganhar uma disputa, para Jean perder no lance seguinte displicentemente. Era um exemplo claro do que aconteceria em todo o jogo. Na sequência, Lucca disparou, tocou para Clayson que bateu de fora; a bola desviou em Edu Dracena e Prass, ainda frio, defendeu com o pé como pôde, no rebote Jadson bateu cruzado e Prass rebateu com o pé mais uma vez; no terceiro chute, de Jeferson, Jean dormiu e deu condições para Pottker desviar para o gol – nem o atacante da Ponte acreditou que não estava impedido no lance.
O Palmeiras colocou a bola no chão e começou a jogar. Ou, pelo menos, a tentar jogar. Os passes saíam, mas eram previsíveis. Os jogadores não se movimentavam, sempre que um jogador nosso recebia a bola já havia dois pontepretanos cercando – e nem foi tão mérito da Ponte assim.
Aos sete, Pottker recebeu de costas e girou rápido, colocando a bola para Lucca nas costas de Jean, que deixou todo o espaço para a bola passar; em velocidade, o camisa 11 de Campinas tocou por baixo de Fernando Prass e aumentou o placar.
O time do Palmeiras não ficou nervoso e nem ansioso. Parecia que já estava entorpecido desde o apito inicial. Nossos jogadores continuavam tentando executar a proposta de jogo, mas pareciam não ter energia. A torcida da Ponte fazia o ambiente ferver e parecia que estávamos diante de um time arrasador. Mas na verdade, só havia um time em campo – e fazendo o simples.
Aos 12, Borja aproveitou uma bola espirrada em escanteio cobrado por Dudu, mas com a cintura dura, chutou em cima da zaga. Pilhado, o time da Ponte fazia o jogo da vida e exagerava nas reações em divididas normais – pelo menos duas paralisações por empurra-empurra entre os 10 e 20 minutos fizeram o relógio andar.
A Ponte chegou de novo aos 22, num chute de fora: Clayson bateu forte e a bola saiu por cima, mas assustou Fernando Prass. O Verdão respondeu aos 27, na base do balãozinho: Marllon tentou cortar, mas acabou testando contra, por cima do travessão, com muito perigo.
Guerra e Tchê Tchê não apareciam para o jogo e o Palmeiras, embora já estivesse dominando o jogo, não conseguia articular uma jogada que pudesse envolver a defesa campineira. Tampouco tentava chutes de fora. Assim, Aranha praticamente assistia ao jogo – só precisava ficar atento nas bolas aéreas que quase sempre eram afastadas pela firme dupla de zaga da Ponte. Pendurados, Yago e Marllon conseguiram sobreviver ao jogo inteiro sem levar cartão e tirando tudo.
Aos 31, jogada gringa: Mina alçou para Guerra por trás da zaga, o camisa 18 foi ao fundo e levantou na cabeça de Borja, que testou para fora. Foi uma boa jogada, que infelizmente não teve sequência porque aos 33 a Ponte chegou ao terceiro quando já mal passava do meio do campo: Clayson, com liberdade, abriu para Jeferson na direita; com pouco ângulo, o lateral contou com Zé Roberto tropeçando nas próprias pernas e com Fernando Prass mais uma vez com as pernas muito afastadas para bater por baixo, cruzado, e fazer o terceiro.
Anestesiado, o Palmeiras parecia estar treinando na Academia de Futebol. O juiz deu apenas três minutos de acréscimo, mas nem que desse trinta o Palmeiras chegaria perto de diminuir o placar.
SEGUNDO TEMPO
A esperança era que o time levasse uma boa chacoalhada no vestiário e voltasse para o jogo mordendo, disposto a pelo menos diminuir a vantagem do time da casa. Michel Bastos no lugar de Guerra foi a tentativa de nosso treinador, e o camisa 15 entrou aparentemente com uma disposição diferente do restante do time. E logo no primeiro minuto Dudu deixou Borja em condições de arrancar em vantagem no mano a mano com Marllon, mas o colombiano se atrapalhou na passada e perdeu a chance.
O Verdão até que tentou mudar a postura em campo, aproximando um pouco mais as linhas e tentando encurralar a Ponte em seu campo. Mas a falta de inspiração continuava não permitindo que o time sequer ameaçasse o gol de Aranha. Aos 20 minutos, um chute fraco de Mina de fora da área, após Dudu errar o domínio dentro da área, foi o máximo que nosso time conseguiu.
Alecsandro no lugar de Borja e Roger Guedes no lugar de Willian Bigode foram as mexidas feitas por nosso treinador no segundo tempo. Podia escolher qualquer jogador pra tirar, que seria merecido. A postura do time não mudou e o calvário seguiu.
O Palmeiras acabou escapando de levar mais gols nos contra-ataques que proporcionava à Ponte. Aos 29, Elton, que é volante, chegou livre na entrada da área pela esquerda e bateu rasteiro; Prass defendeu. Se o chute fosse um pouquinho mais bem colocado, entraria no canto, que estava aberto.
Aos 36, Lucca levantou a bola em nossa área em cobrança de falta da esquerda; ninguém desviou e a bola saiu raspando a trave esquerda de Prass. O Palmeiras respondeu com outra jogada bumba-meu-boi: Tchê Tchê jogou pra área e rezou; a zaga rebateu e Michel Bastos emendou um foguete de esquerda – a bola foi na rede pelo lado de fora, assustando Aranha.
Não ia entrar, era melhor acabar logo. Ainda mais porque aos 39, Fernando Prass fez pênalti em Pottker, após Zé Roberto se desmanchar na área quando tentava marcar o atacante, mas o juiz não deu. Pouco depois, Mina tentou afastar um cruzamento de cabeça e a bola bateu em sua mão. Desta vez não foi, mas estava por um fio para o juizão colocar na cal em qualquer jogador que caísse em nossa área. Felizmente, com apenas 4 de acréscimo, ele encerrou o jogo.
FIM DE JOGO
Na entrevista à beira do gramado, Dudu disse que o time precisaria reverter a situação no jogo “passado”. O ato falho diz tudo: a cabeça do time ainda estava no Peñarol. A vitória épica foi intensa demais e a comissão técnica não conseguiu trazer o time de volta para o planeta terra. Os dois gols com sete minutos de jogo em falhas grosseiras apenas refletiram essa situação.
O time terá agora seis dias para processar a derrota e se preparar para mais uma virada épica. Não é toda hora que acontece, mas no Allianz Parque cheio, fazer 3 a 0 é perfeitamente possível; vai exigir concentração total desde o início e, de preferência, um gol rápido. Que dá, dá. E são nas grandes dificuldades que os resultados inesquecíveis acontecem. Temos uma bela oportunidade pela frente. VAMOS PALMEIRAS!