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Palmeiras 3 x 2 Peñarol (URU) – 12/04/2017

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Dudu comemora gol da virada do Palmeiras, que depois cederia empate e recuperaria a virada (Foto: Marcos Ribolli)

O primeiro tempo estava se desenhando um replay do ano passado. Jogo contra uruguaios, perdendo em casa, time jogando mal.

Na volta para a segunda etapa viramos em 6 minutos e parecia que a vitória seria tranquila. Só parecia. Na sequência perdemos um pênalti, botamos 2 bolas na trave, tomamos o empate e quase uma virada uruguaia.

Durante os 5 minutos de acréscimos o excesso de catimba deixou Dudu revoltado que acabou expulso. O juizão acabou compensando suas trapalhadas ao longo da partida e deu mais 5 minutos de acréscimo, completamente justos, e aos 54 veio a suada vitória.

Que jogo! Isso é Libertadores.

Jogo de ida válido pela 3ª rodada da fase de grupos da Libertadores 2017.

Gols, melhores momentos, jogo completo.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 2 PEÑAROL-URU

LOCAL: Allianz Parque, São Paulo (SP)
DATA-HORA: 12/4/2017 – 21h45
ÁRBITRO: Roddy Zambrano Olmedo (EQU)
AUXILIARES: Luis Vera (EQU) e Juan Macías (EQU)
PÚBLICO/RENDA: 38.483 pagantes/R$ 2.582.842,67
CARTÕES AMARELOS: Mina e Felipe Melo (PAL), Ramón Arias, Gastón Rodríguez, Cristian Rodríguez, Petryk, Pereira e Affonso (PEN)
CARTÕES VERMELHOS: Dudu, aos 48’/2º (2º Amarelo)
GOLS: Ramón Arias (31’/1ºT) (0-1), Willian (1’/2ºT) (1-1), Dudu (5’/2ºT) (2-1), Gastón Fernández (30’/2ºT) (2-2), Fabiano (54’/2ºT) (3-2)

PALMEIRAS: Fernando Prass; Fabiano, Mina, Edu Dracena e Zé Roberto; Felipe Melo (Thiago Santos, aos 24’/2ºT), Willian, Tchê Tchê, Guerra (Keno, aos 36’/2ºT) e Dudu; Borja (Michel Bastos, aos 22’/2ºT). Técnico: Eduardo Baptista.

PEÑAROL-URU: Guruceaga: Petryk, Quintana, Ramón Arias e Lucas Hernández; Nández, Novick (Gastón Rodríguez, aos 13’/2ºT), Pereira e Cristian Rodríguez; Junior Arias (Ángel Rodríguez, aos 37’/2ºT) e Affonso (Perg, aos 43’/2ºT). Técnico: Leonardo Ramos

Palmeiras reencontra Peñarol após 17 anos; confira retrospecto

Felipe Krüger
Departamento de Comunicação
11/04/2017 – 19h49

Campeão da Copa Libertadores em 1999, o Palmeiras disputou a competição sul-americana em 2000 com o peso de defender o título e como um dos principais favoritos à conquista do troféu. Após bom desempenho na primeira fase, em que garantiu a primeira colocação do grupo 7, que também contava com El Nacional-EQU, The Strongest-BOL e Juventude, o Verdão encontrou o Peñarol-URU nas oitavas de final do torneio. Após derrota no Uruguai por 3 a 1, o time do Palestra Italia reverteu o placar, venceu por 2 a 0 e, nos pênaltis, garantiu vaga nas quartas de final. Foi a última vez que as equipes se encontraram.

O retrospecto geral de confrontos entre os dois clubes indica 21 jogos, nove vitórias, nove empates e três derrotas. A primeira partida aconteceu há setenta anos, em janeiro de 1947, válida pela Taça do Atlântico – naquela oportunidade, os uruguaios venceram por 1 a 0. Já o primeiro triunfo palestrino foi registrado em abril de 1951, pela Taça Peñarol-Brasil/Uruguai – vitória por 2 a 1, com gols de Eduardo Lima e Jair Rosa Pinto.

No Brasil, o Palmeiras nunca foi derrotado pelo Peñarol. Foram oito partidas, sendo quatro vitórias e quatro empates. O Alviverde marcou 11 gols e foi vazado em cinco oportunidades. Os jogos foram disputados em 1955, 1961, 1965, 1968, 1973, 1982, 1994 e 2000.

Os times se encontraram oito vezes em partidas da Copa Libertadores. O Verdão venceu cinco vezes, empatou um jogo e foi derrotado em duas oportunidades. Além dos dois jogos de 2000, as equipes mediram forças em outros seis momentos – uma final, uma semifinal e dois jogos da fase de grupos.

Em 1961, que marcou o primeiro duelo pela competição sul-americana, as duas equipes protagonizaram a decisão da Copa Libertadores. O primeiro jogo, no Uruguai, terminou 1 a 0 para o time da casa, que segurou empate em 1 a 1 na partida de volta e garantiu o título do torneio. Apesar do revés, o Verdão fez história ao se tornar o primeiro brasileiro a disputar uma final do campeonato.

O troco veio sete anos depois, em 1968. Pela semifinal, o Verdão venceu o Peñarol tanto no Pacaembu – 1 a 0, gol de Tupãzinho – quanto no estádio Centenário, quando superou os uruguaios por 2 a 1 – tentos anotados, de novo, por Tupãzinho – e garantiu vaga na grande final.
Em 1973, na primeira fase da Libertadores, o Palmeiras voltou a enfrentar o Peñarol e venceu duas vezes por 2 a 0 – gols de Leivinha e Dudu no Palestra Italia e Fedato e Nei no Uruguai.

PÓS-JOGO

Fonte: Verdazzo

O Verdão penou, mas venceu o Peñarol por 3 a 2 no Allianz Parque e reassumiu a liderança do grupo 5 da Libertadores da América. Depois de sair atrás no primeiro tempo, o time virou o placar, permitiu o empate, mas chegou à vitória aos 54 do segundo tempo, tendo que vencer a catimba dos adversários e até a do juiz. Quando um árbitro faz cera, lembramos que jamais teremos visto de tudo nesta vida; sempre vai haver algo novo.

PRIMEIRO TEMPO

Eduardo Baptista escalou o mesmo time que venceu com autoridade o Novorizontino na sexta-feira. A torcida, que lotou mais uma vez o Allianz Parque, esperava ver novamente aquelas trocas de passes rápidas e insinuantes. Mas Libertadores, sabemos, é diferente. Além do “Novorizontino do Uruguai” ter uma camisa bem mais pesada, a ansiedade dos nossos jogadores e a catimba dos adversários fazem dos jogos do torneio continental confrontos quase sempre heroicos.

Logo de cara, o primeiro lance “de Libertadores”: após bola muito esticada, Fernando Prass saiu por baixo para fazer a defesa; Junior Arias, com a bola já dominada por nosso goleiro, deixou a sola na coxa direita de Prass. O juiz equatoriano Roddy Zambrano começou sua enorme sequência de bananadas não fazendo nada.

Com bola, o Verdão chegou pela primeira vez aos 9: Guerra foi ao fundo pela direita e rolou para Willian; ele foi travado na hora do chute e a bola sobrou com Tchê Tchê, que bateu de chapa, nas mãos de Guruceaga. Aos 14, o Peñarol tentou encaixar um contra-ataque, mas Junior Arias bateu por cima num lance que poderia ser perigoso se ele alçasse para Affonso, que fechava pela esquerda.

O Palmeiras tinha dificuldades em penetrar no sistema defensivo do time carbonero – algo já esperado diante do forte sistema defensivo armado por Leonardo Ramos. Mas nossos jogadores, em vez de usar a movimentação e os toques rápidos, preferiam carregar a bola, o que facilitava a tarefa dos uruguaios.

O Palmeiras chegou perto da área do Peñarol várias vezes, sobretudo pela esquerda, com Dudu; os espaços existiam e mesmo com problemas, o desenho do jogo apontava para um gol do Palmeiras a qualquer momento, bastava acertar o último passe. Mas aí, a surpresa: num escanteio pela direita, cedido por Felipe Melo, Ramón Arias saiu de trás, completamente livre, e conseguiu uma testada violenta, no ângulo esquerdo de Fernando Prass, inapelável. Fabiano dormiu na marcação.

Nosso time ficou muito nervoso após sofrer o gol e por alguns minutos o filme imaginário que passava no telão era o da Libertadores do ano passado. O script era idêntico após o primeiro gol do Nico Lopez. Um enorme apagão defensivo se abateu sobre nosso time, e o Peñarol poderia ter feito o segundo. Aos 38, Junior Arias foi lançado por trás de toda a zaga e ficou na cara de Fernando Prass, mas nosso goleiro saiu em seus pés e abafou a conclusão; no rebote Nandez recolocou na área e Affonso, pressionado por Mina, cabeceou por cima, com o gol vazio.

Aos poucos o Palmeiras se recuperou do baque. Queixo duro, o time encaixou o golpe e voltou para o jogo, mas seguia sem saber como chegar ao gol uruguaio. Mina arriscou um chutão de fora aos 40 e Dudu bateu uma falta, da meia-lua, por cima – foi o máximo que o Verdão fez na parte final do primeiro tempo. O time precisava muito de uma boa orientação no intervalo.

SEGUNDO TEMPO

Sem mudanças, o Verdão foi um rolo compressor no início do segundo tempo. Antes de completar um minuto, Guerra pegou uma sobra e entrou driblando; a bola ficou com Borja que tentou bater por baixo mas Guruceaga defendeu.

No lance seguinte, gol do Verdão: Fabiano cruzou de esquerda; Edu Dracena e Borja disputaram e a bola sobrou do lado direito para Willian Bigode, que bateu firme e empatou o jogo com menos de dois minutos jogados. Era tudo o que o Verdão precisava. Ou quase tudo.

O time uruguaio se assustou. O Allianz Parque se inflamou e o Palmeiras, bem mais rápido nas trocas de passes, engoliu o Peñarol. E aos 5 minutos, saiu o segundo: Fabiano bateu lateral; Borja raspou de cabeça e o zagueiro Quintana falhou feio deixando a bola passar por baixo de seus pés; Guerra pegou a sobra, invadiu a área, enxergou Dudu livre do lado esquerdo e rolou para que o camisa 7 apenas escorasse para dentro do gol, decretando a virada do Verdão. Aí sim, era tudo o que o Palmeiras precisava.

O Peñarol estava nocauteado em pé; faltava apenas o golpe de misericórdia. E aos 9, ele se desenhou: Tchê Tchê cruzou da direita na direção de Dudu; Petryk empurrou nosso capitão pelas costas e o juiz, depois de vacilar por alguns segundos, viu-se obrigado a marcar. Borja foi para a cobrança mas bateu por cima. Nosso time ainda teve uma ótima chance em nova finalização do camisa 12, depois de linda troca de passes entre Tchê Tchê e Guerra.

Mas o jogo mudou. O Palmeiras esfriou e passou a esperar pelo Peñarol no campo de defesa. O time uruguaio avançou e deixou espaços. Era hora de mandar Keno a campo, mas Eduardo Baptista demorava para tomar a decisão. Felipe Melo cortou um contra-ataque com falta e foi amarelado – pouco depois, vieram as primeiras mexidas: Michel Bastos no Borja (Willian foi para o comando do ataque) e Thiago Santos no Felipe Melo.

O Verdão teve mais uma chance de matar o jogo aos 29: Michel Bastos aproveitou o espaço do lado esquerdo da defesa, entrou na área e bateu de chapa, buscando o canto direito de Guruceaga, que defendeu com a ponta dos dedos; Tchê Tchê pegou a sobra, mas com dois zagueiros pela frente; ele bateu forte, mas Hernandez salvou em cima da risca, e a bola ainda bateu no travessão.

Como castigo, o Palmeiras tomou o empate um minuto depois: após cobrança de falta da esquerda; Quintana conseguiu o cabeceio no meio de Edu Dracena e Mina; Prass fez o milagre mas no rebote Gastón Rodriguez tocou para o gol vazio, empatando o jogo.

Aí começou uma sequência inacreditável de cera e catimba. Não que não esperássemos que o Peñarol fosse fazer isso se tivesse o resultado. Mas o nível de sofisticação das técnicas saltou aos olhos. Os uruguaios chegaram ao requinte de comunicar o número errado do jogador que seria substituído apenas para confundir e ganhar mais tempo.

Aos 32, Guerra achou Willian Bigode com espaço na ponta direita; o camisa 29 invadiu, driblou Guruceaga e tocou para o gol vazio, mas a bola subiu e tocou o travessão. Impressionante. Quatro minutos depois, finalmente, Keno foi a campo, mas Eduardo optou por tirar Guerra, que vinha sendo nosso melhor e mais lúcido jogador. Tomou uma enorme vaia do estádio.

Seguiram-se 15 minutos de pressão inócua, catimba e discussão. Até o juiz fazia cera; para ele, quanto menos a bola rolasse, menos chance de se complicar. Até que, já nos acréscimos, Dudu tentou bater rápido uma falta pela direita mas Hernandez ficou na frente da bola, atrapalhando. Muito irritado, nosso capitão cobrou uma atitude do juiz, que reagiu mostrando-lhe cartão amarelo. Dudu, inconformado, uniu as pontas dos dedos fazendo o manjadíssimo “ma che???”, ao que o juiz lhe mostrou mais uma vez o amarelo e por consequência o vermelho. Um absurdo.

Depois de muita discussão e mais de quatro minutos de novas paralisações, com um a menos, o Verdão foi para o abafa final. Lateral na área; Mina desviou e Fabiano testou no chão, mas Guruceaga fez excepcional defesa mandando a escanteio. Já com 54 no relógio, no último lance da partida, Michel Bastos bateu o escanteio e Fabiano testou firme de novo, no cantinho direito – a bola ainda bateu na trave antes de entrar. E logicamente o juiz acabou o jogo logo na sequência.

FIM DE JOGO

Numa análise mais estrita pode-se encontrar vários problemas na postura do Palmeiras em campo neste jogo. Mas a natureza da disputa ameniza as falhas de posicionamento e de movimentação do time. A atmosfera no estádio jogou a tática para segundo plano num jogo entre duas das cinco camisas mais pesadas do futebol sul-americano. Tudo isso, somado à forma e ao tempo que saíram os gols, faz deste jogo um clássico instantâneo. Lembraremos deste jogo por anos a fio.

Nosso time agora tem a difícil missão de virar a chavinha para o Paulistão, onde enfrenta a Ponte Preta em ida e volta por uma vaga na final; para depois voltar novamente as atenções para a Libertadores – daqui a duas semanas, a revanche em Montevideo. Se você achava que isto foi muita emoção, ainda tem mais. VAMOS PALMEIRAS!

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