Jogo para ligar as luzes de alerta.
Assim como no ano passado, sem muita explicação convincente, começamos a jogar partidas horríveis e perder pontos preciosos que nos tiraram da competição. Coincidentemente a queda de rendimento veio exatamente quando os jogos eram só nos finais de semana “com a semana cheia para treinar”.
O Botafogo teve seus méritos. Jogou bem e abafou qualquer iniciativa nossa no primeiro tempo e saímos do gramado tomando 2. Voltamos melhor mas não o suficiente para uma virada heróica, ou pelo menos um empate pra não perder a liderança do campeonato.
Nosso estilo de jogo ficou manjado e os adversários já sacaram que se não marcamos até os 25 min começa a bater um desespero. Se saímos perdendo então, vira catadão sem reação.
Jogo válido pela 17ª rodada do Brasileirão 2016.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 3 X 1 PALMEIRAS
LOCAL: Estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ)
DATA/HORÁRIO: 31 de julho de 2016, às 18h30
ÁRBITRO: Heber Roberto Lopes (Fifa-SC)
AUXILIARES: Kleber Lucio Gil (Fifa-SC) e Carlos Berkenbrock (SC)
PÚBLICO/RENDA: 7.743 pagantes (8.477presentes)/R$ 254.040,00
CARTÕES AMARELOS: Diogo, Bruno Silva, Airton e Canales (BOT); Jean, Vitor Hugo e Edu Dracena (PAL)
GOLS: Neilton aos 18’/1ºT e 34’/1ºT; Erik 32’/2ºT; Camilo 41’/2ºT
BOTAFOGO: Sidão, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson e Diogo Barbosa; Airton, Bruno Silva, Rodrigo Lindoso (Dudu Cearense, 16’/2ºT) e Camilo (Salgueiro, 47’/2ºT), Neilton e Canales (Vinícius Tanque, 27’/2ºT) – TÉCNICO: Ricardo Gomes.
PALMEIRAS: Vagner, Jean, Edu Dracena (Thiago Martins, 5’/2ºT), Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos, Moisés e Cleiton Xavier (Rafael Marques, Intervalo); Róger Guedes (Dudu, Intervalo), Erik e Leandro Pereira – TÉCNICO: Cuquinha.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
O Palmeiras foi derrotado pelo Botafogo na Ilha do Governador por 3 a 1 e perdeu a liderança do campeonato, em partida marcada pelo nervosismo excessivo de nosso time. Os resultados da rodada foram muito ruins, não adiantou nada secar os adversários, e o revés selou a queda na tabela. O Botafogo, a exemplo do Cruzeiro há um mês, encaixou um jogo único, algo que não fez em nenhum momento do campeonato, e se aproveitou das cada vez mais gigantes ausências de Gabriel Jesus e Fernando Prass.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca optou por Leandro Pereira para fazer o comando do ataque, mas em vez de sacar Erik, deslocou-o para a esquerda, surpreendendo a todos ao tirar Dudu do time. Moisés posicionou-se mais como meia, deixando Thiago Santos sobrecarregado na proteção à zaga. Com o avanço de Moisés, Cleiton Xavier acabou sendo “empurrado” para o lado direito, embolando com Roger Guedes. Com três volantes, o Botafogo congestionou bem o meio e tomou conta do setor, e aproveitava muito bem o espaço à frente de nossa zaga para explorar a velocidade de Neilton.
O jogo começou quente. Logo a um minuto, Canales dominou a bola no bico da pequena área, mas bateu de bico para fora. O Palmeiras respondeu aos seis, com Leandro Pereira fazendo bem o pivô, abrindo na direita para Cleiton Xavier que cruzou por baixou buscando Erik, que dividiu com Sidão.
Com os times ainda buscando o melhor encaixe, a primeira finalização do Palmeiras veio aos 14 minutos, num chute de fora de Moisés, sem direção. Aos 16, Edu Dracena torceu o tornozelo ao cair sobre o pé de Canales e teve que sair para ser atendido. Enquanto estava fora, saiu o gol do Botafogo: Roger Guedes perdeu a bola no meio do campo, onde quem devia estar armando era Cleiton Xavier; Rodrigo Lindoso ficou com a bola e lançou Neilton nas costas de Zé Roberto; ele foi muito feliz na execução: matou a bola já dando um tapa na frente, entrou na área e bateu cruzado, forte – a bola ainda quicou no gramado irregular antes de passar por Vagner e morrer no canto direito.
O Palmeiras sentiu o gol, os jogadores nitidamente ficaram mais nervosos em campo e o time se afobava na construção das jogadas. Aos 26, Cleiton Xavier cruzou da direita e Thiago Santos cabeceou para o gol, mas estava impedido. Aos 27, Erik, muito centralizado, recebeu uma bola na intermediária e bateu de longe, por cima.
Aos 34, o segundo do Botafogo: Neilton, deslocado pela esquerda, fez boa jogada em cima de Jean; Edu Dracena dormiu na cobertura e ficou para trás, o atacante botafoguense saiu na frente de Vagner e mais uma vez bateu cruzado, no canto esquerdo.
O Botafogo tinha o domínio mental do jogo, mas não fazia tanto para merecer a diferença. Talvez o Palmeiras é que merecesse a desvantagem. Curiosamente, após o segundo gol, o time se acalmou e começou a jogar bola; Cleiton Xavier finalmente apareceu mais centralizado; o time ficou mais organizado e as chances começaram a aparecer.
Aos 38, Erik colocou Leandro Pereira para correr no meio dos zagueiros, ele deu o primeiro tapa na frente, mas quando se preparava para entrar na área foi desarmado por Renan Fonseca. Aos 40, Erik aproveitou uma bola viva, matou no peito e bateu rápido, mas no meio do gol, facilitando para Sidão.
O Verdão continuava mostrando alguma força e jogava em cima do adversário. Aos 41, Leandro Pereira foi lançado por Cleiton Xavier e girou rápido buscando o canto direito de Sidão, que esticou a perna e salvou o Botafogo. Aos 44, Roger Guedes, em sua única participação digna no jogo, descolou um belo chute de fora, de surpresa, e obrigou Sidão a espalmar para o lado. Foi com o Palmeiras em cima do Botafogo que o primeiro tempo terminou.
SEGUNDO TEMPO
Erro grosseiro da comissão técnica: queimaram duas substituições sem testar Edu Dracena de forma confiável. Dudu entrou no lugar de Cleiton Xavier e Rafael Marques no de Roger Guedes. E aos 3 minutos, Edu Dracena pediu para sair; Thiago Martins foi para o jogo. E assim, o Palmeiras não tinha mais o que mexer até o fim do jogo.
Ao menos o time começou forte: logo aos 4 minutos, Zé Roberto foi lançado no fundo e cruzou com categoria; Erik ia passando da bola mas entortou o corpo para conseguir a testada, que explodiu no travessão. Dois minutos depois, nova finalização, desta vez de Moisés – ele tentou o chute de fora, mas pegou mal na bola, que foi fraca, no meio do gol.
O Botafogo então passou a quebrar o jogo, com faltinhas e cera, fazendo o relógio andar. O Palmeiras aceitou, e parecia ter perdido a força inicial. Dudu não entrou bem, Rafael Marques se mantinha escondido na esquerda, e cabia a Erik e Moisés tentar a ligação com Leandro Pereira. Aos 21, o camisa 30 fez o pivô para Dudu que bateu de fora, para boa defesa de Sidão.
Sem aproximação, os chutes de fora continuavam sendo a saída para o Verdão – e aos 32, acendeu-se uma esperança: Moisés mandou o canudo; Sidão rebateu para o meio e Erik soltou a sapatada, quase furando a rede da “Arena Botafogo”. Com mais de 15 minutos pela frente, o empate era uma possibilidade real.
O Palmeiras então passou a jogar dentro da área do Botafogo, mas a bola não sobrava para o último passe. Parecia jogo de campeonato paulista, com o time do interior fechadinho lá atrás se segurando, armado para o contra-ataque, contra um Palmeiras ainda desorganizado e com os jogadores desentrosados . Aos 36, Diogo Barbosa achou Camilo infiltrando, Thiago Martins dormiu e o meia fuzilou Vagner, que explodiu muito bem e conseguiu evitar o terceiro.
Mas aos 39 nosso goleiro cometeu um erro bobo, ao fazer pênalti em Vinicius Tanque, em jogada em que o atacante foi lançado perto da linha de fundo e não tinha ângulo para a conclusão. Camilo bateu bem e definiu o placar. Os 7 minutos finais foram de um Palmeiras lutando desembestado para diminuir o placar, e o Botafogo apenas cercando e esperando pelo apito final.
FIM DE JOGO
Se jogássemos 10 vezes contra esse Botafogo, ganharíamos 8, mesmo jogando mal. Esta noite eles estavam inspiradíssimos e encaixaram as jogadas. Vagner não foi exigido, a bola rondou muito mais a área carioca que a nossa. Mas eles aproveitaram muito bem as chances que tiveram.
Não há muito tempo para lamentos. O campeonato volta ao ritmo de dois jogos por semana, e o Verdão tem compromisso em Chapecó na quinta-feira. Um jogo que poderia ser uma gordurinha a ser queimada ganhou enorme importância para sair da turbulência. Ainda estamos no primeiro turno e há muitos pontos em jogo, o campeonato não acabou agora, mas não podemos deixar ninguém abrir vantagem, muito menos desesperar. Hora de mostrarmos, todos, que somos uma torcida, um time e um clube e que sabem ser campeões. Reagrupa todo mundo, apara as arestas, olha em volta, vê quem é forte de verdade e segue em frente. Essa já foi, que venha a próxima. VAMOS PALMEIRAS!