Com bastante dificuldade na armação, criação, marcação (basicamente em tudo) conseguimos uma vitória em casa e demos um passo importante na caminhada para as quartas.
A lamentar, o gol sofrido. Caso o Cruzeiro ganhe a próxima pelo placar mínimo, estamos fora.
Marcelo Oliveira vê todas essas deficiências do time, mas não está conseguindo corrigí-las. Vamos em frente. Faltam 7 decisões para o título.
Jogo de ida válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2015.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 1 CRUZEIRO
DATA/HORÁRIO: 19 de agosto de 2015, às 22h
LOCAL: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
ÁRBITRO: Marcelo de Lima Henrique (PE)
ASSISTENTES: Kleber Lúcio Gil (SC) e Rafael da Silva Alves (RS)
CARTÕES AMARELOS: Zé Roberto (PAL) e Fabrício (CRU)
PUBLICO E RENDA: 24.889 pagantes/R$ 1.621.115
GOLS: Cleiton Xavier, 8’1ºT (1-0); Leandro Damião, 4’2ºT (1-1); Rafael Marques, 17’2ºT (2-1)
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Egídio; Arouca (Rafael Marques 25’1ºT), Andrei Girotto, Zé Roberto, Cleiton Xavier (Amaral 33’2ºT), Dudu; Lucas Barrios (Cristaldo 14’2ºT).
TÉCNICO: Marcelo Oliveira
CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Manoel, Paulo André e Mena; Chales (Ariel Cabral 26’2ºT), Fabrício e Henrique; Marquinhos (Vinícius Araújo 21’2ºT), Leandro Damião e Alisson (Arrascaeta 33’2ºT).
TÉCNICO: Vanderlei Luxemburgo
Verdão encara Cruzeiro pela terceira vez na Copa do Brasil; veja histórico
Felipe Krüger
Departamento de Comunicação
18/08/2015 – 18:03h
Com semelhanças históricas e grandes jogos em diversas competições do futebol brasileiro, Palmeiras e Cruzeiro já se encontraram nas edições de 1996 e 1998 da Copa do Brasil, sendo que nas duas oportunidades os clubes protagonizaram a decisão do torneio – o time mineiro levou a melhor na primeira vez, enquanto o Verdão ficou com o título dois anos depois.
Em 1996, na primeira decisão de Copa do Brasil entre as equipes, o primeiro jogo, em Minas Gerais, terminou 1 a 1 – o gol palmeirense foi anotado por Cláudio, enquanto Marcelo Ramos balançou as redes a favor do time celeste. Na partida de volta, vitória cruzeirense por 2 a 1, no Palestra Italia, com gols marcados por Luizão (para o Palmeiras), Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos (para o Cruzeiro).
Dois anos depois, em 1998, o Verdão deu o troco e venceu a Copa do Brasil, deixando o grupo mineiro com o vice-campeonato. O primeiro jogo novamente foi em Minas Gerais e a equipe da casa venceu por 1 a 0, gol de Fábio Júnior, mas, no segundo encontro, Paulo Nunes e Oséas (aos 44 minutos da segunda etapa) garantiram a vitória por 2 a 0 e o título alviverde.
Os times também se encontraram duas vezes pela Copa Libertadores, com quatro confrontos, em 1994 e 2001. Na primeira vez, em jogos válidos pela primeira fase, uma vitória para cada lado. Nos jogos de 2001, dois empates, válidos pelas quartas de final da competição, e vitória do Palmeiras nos pênaltis.
A maior sequência invicta da história do confronto pertence ao Verdão. Em três oportunidades, o clube permaneceu sete jogos sem perder para os rivais de Minas Gerais. As séries aconteceram entre 1969 e 1974, entre 1975 e 1988 e, por fim, entre 2000 e 2002.
Da mesma forma, a maior série de triunfos consecutivos é a favor do Palmeiras. Recentemente, entre junho de 2008 e setembro de 2009, o Alviverde emplacou quatro vitórias seguidas sobre o Cruzeiro.
Retrospecto geral
Os times já se enfrentaram em 82 oportunidades em toda história. Foram 29 triunfos do Palmeiras, 22 empates e 31 partidas vencidas pelos mineiros.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
Foram apenas quatro toques na bola. Na base da qualidade individual, com dois passes perfeitos e duas conclusões precisas, o Palmeiras fez dois gols e venceu o Cruzeiro por 2 a 1. Mas a vantagem no placar, que seria motivo de comemoração no Campeonato Brasileiro, é motivo de preocupação na Copa do Brasil, já que o time mineiro avançará à próxima fase com uma vitória simples – nada impossível diante de um futebol tão raso.
Sem inspiração, aparentando cansaço, nosso time não armou, não preencheu espaços, não marcou, e podemos dizer que tomar apenas um gol do Cruzeiro ficou baratíssimo. Marcelo Oliveira enxerga o que está acontecendo e deixou tudo muito claro na coletiva pós-jogo, mas durante a partida aparenta estar perdidinho, sem saber o que fazer para corrigir essas falhas.
PRIMEIRO TEMPO
Jogando de azul contra um adversário cuja cor principal é o azul, o Palmeiras abriu o placar aos sete minutos – mas até a jogada do gol o Cruzeiro já tinha demonstrado que dominaria o jogo, marcando forte nossa saída de bola, obrigando a defesa a despachar a bola para o campo de ataque e recuperando a posse com autoridade. O vareio de bola no meio-campo começou assim que o juiz autorizou o início do jogo e só deu uma pausa quando Dudu disputou uma bola com Charles e acabou trombando com Luxemburgo à beira do gramado, mandando-o ao chão. Já teve mais saúde, o pofexô.
Os dois primeiros toques mágicos vieram quando Egídio buscou Barrios, isolado, cercado, no comando do ataque. Ele percebeu a projeção de Cleiton Xavier, que havia tocado para Egídio no início da jogada, e deu um passe de primeira, espetacular, deixando o camisa 8 na cara do gol. Ele teve muita tranquilidade e categoria para esperar o movimento de Fábio e tocar por baixo, sem chances. Parecia que seria uma partida primorosa de Cleiton Xavier.
Mas só deu Cruzeiro. Explorando bastante as tentativas de apoio de Lucas e aproveitando a pífia cobertura de Andrei Girotto, o time mineiro jogava o Palmeiras contra as cordas – e o Verdão não tinha competência para engatilhar sequer um contra-ataque bem armado. Aos 19, o primeiro susto: em falta pelo lado direito, Fabrício, o melhor em campo, bateu colocado e exigiu boa defesa de Fernando Prass, que mandou a escanteio. Três minutos depois, Alisson aproveitou a jogada feita em cima de Lucas, cortou para o meio e bateu rasteiro – a bola passou perto.
Enquanto Arouca se arrastava em campo, sentindo uma fisgada, o Cruzeiro armou mais um ataque pelo lado direito – a bola foi esticada para Damião, que recebeu, engatilhou o pé direito e mirou o ângulo esquerdo de Prass, que entregou a Deus. A bola saiu lambendo a trave.
Marcelo Oliveira cometeu seu primeiro erro da noite, ao mandar Rafael Marques a campo no lugar de Arouca, puxando Zé Roberto para a volância. O time seguiu sem toque de bola e sem nenhuma compactação; Barrios continuava isolado e a marcação, que já estava ruim de um lado, ficou ruim do outro também. Rafael Marques não é exatamente um jogador veloz, e nem armados para o contragolpe estávamos. Não fez nenhum sentido.
Felizmente, depois de muita pressão, o Cruzeiro diminuiu o ritmo – em parte porque os erros de passe também passaram a acontecer do lado de lá. O jogo ficou amarrado, e Fernando Prass só foi trabalhar de novo aos 44, após cobrança de lateral: Mayke cobrou na área, no peito de Fabrício, que ajeitou para a chegada de Charles, que bateu forte – Prass fechou bem o canto e fez ótima defesa. E assim terminou o primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
Com as energias recuperadas, o time do Cruzeiro voltou para o segundo tempo com a mesma proposta do primeiro. E a conversa no vestiário do Palmeiras não parece ter surtido efeito: o time voltou sonolento e sem aplicação na marcação, tentando formar as duas linhas de marcação mas deixando buracos imensos que os mineiros aproveitavam. E aos quatro, chegaram ao empate: jogada de Fabrício em cima de Zé Roberto, que caiu seco na finta de corpo; o lateral, que jogou como meia, enxergou Leandro Damião se posicionando mais uma vez pelo lado esquerdo do ataque e esticou a bola. Com incrível liberdade, o camisa 9 enxergou o canto esquerdo de Fernando Prass e fuzilou, com muita precisão, sob os olhares de Jackson. E vamos combinar que, mesmo com tudo isso, Prass poderia ter defendido.
E a pressão do Cruzeiro não parou com o gol; eles vieram pra cima tentando a virada. Estava muito, muito parecido com o jogo contra o Flamengo – e para aumentar a angústia o Palmeiras cedia escanteios toda hora. Zé Roberto desencanou de ser volante e tentou ser meia, Cleiton Xavier não sabia o que fazer, ninguém marcava e o clima ficou realmente pesado no Allianz Parque.
Aos 14, a torcida de “apenas” 25 mil palmeirenses pediu Cristaldo, após Barrios perder uma disputa de bola de cabeça, como se a culpa do mau futebol do time todo fosse do paraguaio, que de fato não fez mais nada além da magnífica assistência para Cleiton. Aos 15, mostrando estar sem a menor noção do que fazer, Marcelo atendeu aos pedidos e mandou o talismã a campo. Podia ter tentado Mouche, Gabriel Jesus, até Fellype Gabriel, para colocar a bola no chão e tentar fazer valer o mando de campo e dominar o jogo. Cristaldo poderia até fazer o gol em mais um lance de sorte, mas ela não vai nos sorrir tantas vezes assim.
Ou vai? Dois minutos depois da mexida, Dudu fez a jogada pela direita e acertou um belíssimo cruzamento, o terceiro toque mágico do jogo. A bola viajou até o segundo pau, onde, em sua especialidade, Rafael Marques – aquele que entrou no primeiro erro do técnico – fechou por trás da zaga e cabeceou cruzado, vencendo Fábio. Inacreditavelmente, estávamos de novo na frente.
O gol animou a torcida, que empurrou o time para a frente. Luxemburgo até ensaiou reagir, mandando a campo Vinicius Araújo no lugar de Marquinhos, mas o momento do jogo finalmente era nosso. Andrei Girotto ensaiou um ou dois chutes de fora, sem sucesso. Luxa reforçou a marcação, mandando a campo Ariel, zerado, no lugar de Charles, bastante desgastado.
Os dois treinadores pareciam satisfeitos com o resultado: Marcelo reforçou o meio, de fato escancarado, com a entrada de Amaral. Luxa respondeu imediatamente mandando De Arrascaeta no lugar de Alisson. A entrada de Amaral ajudou a preencher os espaços e era possível enxergar a recomposição funcionando melhor em algumas descidas do Cruzeiro, mas os jogadores pareciam baratas tontas, dobrando a marcação quando não precisava e deixando buracos inexplicáveis nas linhas de marcação, expondo Prass ao perigo na pressão final dos visitantes.
Isso ficou claríssimo aos 39, em jogada iniciado por Fabrício, que abriu para Mayke, livre; ele tocou para Vinicius Araújo dentro da área – ele se livrou facilmente de Egídio e, com a cobertura atrasada, teve tempo para bater de bico para o gol – Prass pegou. Dois minutos depois, a bola pererecou em nossa pequena área: após cruzamento de Mena, Vinicius Araújo escorou, De Arrascaeta armou a puxeta mas errou; a bola sobrou para Ariel, livre, mas ele teve uma pane mental e não fez o gol. E ficamos assim.
FIM DE JOGO
Tivemos muito, mas muito mais sorte que juízo. O time foi muito mal e só ganhou porque tivemos quatro toques brilhantes na bola que nos proporcionaram dois gols. Além disso, o Cruzeiro errou suas finalizações de forma grosseira; é um time muito fraco que não está fazendo contas para fugir do rebaixamento à toa. Mesmo assim, nos dominou do início ao fim.
Marcelo Oliveira precisa colocar em prática a solução para o diagnóstico que ele mostrou ter conhecimento. O time não mantém a posse de bola e não marca após entregá-la ao adversário, um desastre que só não é total porque temos jogadores de muita técnica que, desta vez resolveram. Mas até quando vamos contar com esses lances isolados? Domingo temos um jogo decisivo para o futuro no Brasileirão, em Belo Horizonte, contra o Atlético, e na quarta voltamos a pegar o Cruzeiro, na mesma cidade, para decidir quem avança na Copa do Brasil. Não há muito tempo para treinamentos táticos, vai ter que ser na base da conversa. Então vamos, Marcelo; VAMOS, PALMEIRAS!!!!