Foi uma batalha para ver quem era o pior e o “troféu” ficou com o Palmeiras.
Numa partida onde classificar a atuação como horrível é elogiar, detonamos qualquer esperança criada na arrancada a partir da 9ª rodada. Marcelo Oliveira não está conseguindo organizar o time de forma a repetir as boas atuações logo após sua chegada.
Bola pra frente e brigar por uma vaga no G4.
Jogo válido pela 18ª rodada do Brasileirão 2015.
FICHA TÉCNICA:
CORITIBA 2 X 1 PALMEIRAS
Data/Horário: 12/08/2015, às 19h30
Local: Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR)
Árbitro: Pericles Bassols Pegado Cortez (RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moises e Luiz Cláudio Regazone (ambos do RJ)
Cartões amarelos: Egídio (PAL), Rafael Marques (COR), Ivan (COR)
Gols: Henrique, 17’/1ºT (1-0) e 36’/2ºT (2-1); Rafael Marques, a 1’/2ºT (1-1)
CORITIBA: Wilson; Ivan, Rafael Marques, Leandro Silva e Juan; João Paulo, Misael (Evandro) e Lucio Flávio; Thiago Galhardo (Esquerdinha), Rafhael Lucas (Negueba) e Henrique Técnico: Ney Franco
PALMEIRAS: Fernando Prass; Nathan (Lucas Taylor), Leandro Almeida, Vitor Hugo e Egídio; Arouca e Robinho; Rafael Marques, Cleiton Xavier (Cristaldo) e Dudu; Alecsandro (Gabriel Jesus). Técnico: Marcelo Oliveira
Com vantagem no retrospecto geral, Verdão encara Coritiba nesta quarta-feira
Felipe Krüger
Departamento de Comunicação
11/08/2015 – 21:20h
Faltando apenas duas rodadas para o término do primeiro turno do Campeonato Brasileiro 2015, o Palmeiras visita o Coritiba nesta quarta-feira (12), no estádio Couto Pereira, em busca de mais três pontos na competição nacional – o Verdão atualmente ocupa a sétima colocação, com 28 pontos.
O retrospecto geral de confrontos é favorável ao time paulista. As duas equipes já se encontraram em 53 oportunidades, sendo 21 vitórias palmeirenses, 16 empates e outros 16 reveses. Considerando apenas os jogos do Brasileirão, a vantagem também é palestrina: 37 partidas, 14 triunfos, 11 resultados iguais e 12 derrotas.
Ainda aconteceram sete jogos amistosos, seis pela Copa do Brasil, um pela Taça Cidade de Curitiba, um pelo Torneio do Paraná e um, este de extrema importância, pelo torneio de inauguração do estádio do Pacaembu.
Em 2012, as duas equipes se encontraram na final da Copa do Brasil e o Palmeiras saiu com o título. Após vencer a primeira partida por 2 a 0, em São Paulo, o jogo decisivo aconteceu no dia 11 de julho, no Couto Pereira, palco da partida desta quarta-feira (11), e, com um empate em 1 a 1, o Verdão sagrou-se bicampeão do torneio.
O recorde de invencibilidade do confronto também pertence ao Palmeiras. Foram seis partidas consecutivas em duas oportunidades, em ambas com três empates e três vitórias. A primeira série aconteceu entre agosto de 1961 e dezembro de 1971, enquanto a segunda foi de dezembro de 1972 e outubro de 1987.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
O Coritiba fez sua parte. Jogou mal, errou passes, deixou buracos na proteção e na zaga, fez tudo conforme o previsto. O Palmeiras é que não cumpriu o script, fez uma partida abaixo do ridículo e emendou a terceira derrota consecutiva, exterminando o ânimo da torcida após a bela arrancada iniciada na oitava rodada. O time estacionou nos 28 pontos e agora apenas torce contra os adversários, para ao final da rodada calcular o tamanho do prejuízo.
PRIMEIRO TEMPO
Sem a bola, o Palmeiras jogava aparentemente num 4-1-4-1, com Arouca feito uma barata tonta entre duas linhas muito distantes, tendo que cobrir um espaço enorme dos dois lados. Quando recuperava a bola, a fim de evitar os chutões dos zagueiros, Robinho voltava para auxiliar na tarefa de… não, não de fazer a saída de bola, mas de dar chutão. O Verdão inovou mais uma vez e inventou o chutão qualificado.
O Coritiba estava apavorado e não fazia nada – mas já deixava claro que a jogada seria pela esquerda, em cima de Nathan. Nas primeiras tentativas, Arouca, Leandro Almeida e o próprio Nathan cercaram bem. Mal sabíamos o que estava por vir.
Aos 12, a primeira chance: Dudu fez a jogada pela direita e cruzou rasteiro; a bola cruzou toda a área e ficou com Alecsandro, que cruzou de novo. A defesa do Coritiba implorou para levar o gol, e Cleiton Xavier, sozinho na linha da pequena área, deu uma orelhada na bola, que ainda se ofereceu para Dudu, mais livre ainda – e impedido. Mesmo assim, errou o gol.
Cinco minutos depois, o início do pesadelo: contra-ataque do Coritiba após falta cobrada rasteira por Cleiton Xavier – ele já havia batido dois escanteios por baixo. Nathan estava na área para tentar o cabeceio, pensando ser zagueiro, e Arouca precisou ocupar o espaço da melhor forma possível, cercando o contra-ataque tentando ganhar tempo enquanto as lesmas voltavam. Não foi suficiente, e Henrique ficou livre para deslocar Fernando Prass, abrindo o placar. Nesse exato momento, 18 milhões de torcedores lembraram do Gabriel.
Aos 20, depois de chutão qualificado de Robinho, Rafael Marques ganhou de cabeça, tabelou com Alecsandro e correu por trás da zaga do Coritiba, que mais uma vez estendeu o tapete vermelho; Rafael Marques invadiu a área e bateu por baixo – Wilson fez boa defesa.
Diante de um adversário muito fraco, nem a desorganização tática do Palmeiras deveria ser obstáculo para empatar e virar o jogo ainda no primeiro tempo. Mas o Verdão conseguiu ser pior que o Coritiba ao bater o recorde mundial de passes errados irritantes. Não foram erros de passes ousados, por trás da zaga, visando deixar o companheiro na cara do gol: eram passes de dois metros, na construção das jogadas. Assim não faz gol nem no Quinze de Chiripoca da Serra. E quase tomou outro no final do primeiro tempo, em outro contra-ataque do Coritiba, que Henrique conseguiu finalizar apesar de estar acompanhado de perto por Vitor Hugo. Que coisa horrível.
SEGUNDO TEMPO
Aos 36 segundos o Palmeiras igualou o placar, num espasmo do time que nos deu esperanças de títulos até o jogo contra o Vasco: bela jogada de Dudu em diagonal, depois de fintar dois adversários ele cruzou no segundo pau; Alecsandro puxou os marcadores e Rafael Marques apareceu no segundo pau para escorar para dentro, decretando o empate. Fizemos um monte de gols assim este ano, por que não repetem mais essa jogada?
Pelo posicionamento, Marcelo Oliveira posicionou Robinho como volante, voltando ao 4-2-3-1 – Cleiton Xavier foi para a meia. Nathan ficou mais plantado. O Palmeiras melhorou taticamente; Rafael Marques, uma nulidade no primeiro tempo, parece ter se animado com o gol e passou a voltar para recompor e parecia que tínhamos o jogo sob controle, com todo o segundo tempo para fazer apenas um golzinho contra um time totalmente esfrangalhado emocionalmente, sem vitórias por oito jogos, com a torcida vaiando. Como dá raiva perder assim.
Os erros de passes continuaram – dos dois lados. Não saía uma jogada. As duas chances seguintes não assustaram ninguém: chutes de longe de Dudu e Negueba. Nathan deu lugar a Taylor, que deu mais agilidade ao setor. Logo depois Cristaldo entrou no lugar de Cleiton Xavier, e assim Marcelo Oliveira queimou uma chance de melhorar a armação. Com o argentino ao lado de Alecsandro, o time ficou num 4-2-2-2 com dois meias abertos, sem referência no meio da intermediária – coisa que talvez Alecsandro poderia tentar fazer.
Ney Franco então colocou Esquerdinha, aquele do Ituano. Aquele mesmo. Além dele, Evandro também foi para o jogo, nos lugares de Misael e Galhardo. Abriu mais o time, deu mais chances ao Palmeiras de tomar conta do jogo. Mas diante de um time sem cérebro, o Coritiba conseguia prevalecer. E com um jogador com histórico de nos complicar, não tinha como dar outra: Esquerdinha colocou Henrique na cara do gol num belo passe por elevação, por trás de nossa dupla de zaga; ele dominou e bateu forte na saída de Prass, que ainda tentou explodir; a bola triscou em seu corpo mas acabou mesmo em nossas redes, aos 37.
Aos 44, dando uma exata noção de como estávamos perdidos, Fernando Prass foi à área adversária tentar um cabeceio num escanteio; chegou até a disputar a bola, que ficou viva e sobrou para o Coritiba, que armou o contra-ataque rápido; Negueba levou a bola até o meio do campo e tentou o golaço. Nossa meta estava completamente desguarnecida, não havia um plano de cobertura, e só nos restou torcer para a bola não entrar para sermos poupados de uma humilhação suprema. Dois a um foi pouco.
FIM DE JOGO
Ao contrário das duas últimas derrotas, essa irritou. A sensação é semelhante à de quando levamos goleadas vergonhosas, embora o placar tenha sido modesto – talvez por estarmos jogando fora as chances num campeonato que parecia estar ao alcance diante de um time tão, mas tão fraco.
A perda de Gabriel parece ter feito mais efeito do que imaginávamos; Marcelo Oliveira não conseguiu rearrumar a casa e o time não tem personalidade para, se não vai conseguir ganhar, pelo menos não perder os jogos. Em dez dias, passamos de sensação do ano a zebra total.
É isso, paradoxalmente, que ainda dá esperanças – se não de chegar ao título brasileiro, mas de pelo menos seguir no comboio e ver o que dá – no mínimo, chegar à vaga da Libertadores – e também de lutar pelo título da Copa do Brasil. Futebol é tão dinâmico e dá tantas alternativas que, da mesma forma que fomos rapidamente do céu ao inferno, o caminho oposto pode perfeitamente ser percorrido. É muito mais difícil, é claro, mas temos material humano para isso, só que sem margem de erro. A nós, como sempre, só cabe torcer. E eles vão precisar muito de nossa torcida. VAMOS PALMEIRAS!