E o temido aconteceu. Aquela vitória magra no jogo de ida fez a diferença no jogo de volta. Perdemos a decisão em casa ao abdicar de atacar.
Verdão fez 2 tempos bem distintos. 1º apático e querendo segurar o resultado (que funcionou até os 29 minutos) e o 2º indo pra cima.
O jogo foi tenso e tivemos 2 expulsões, mesmo assim, o placar de 2×1 pro mandante levou o jogo para as penalidades. Nas cobranças, por competência ou sorte, o Santos sagrou-se campeão e nos deixou com o vice.
Jogo de volta válido pela final do Paulistão 2015.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 1 PALMEIRAS
LOCAL: Vila Belmiro, em Santos (SP)
DATA/HORA: 3 de maio de 2015, às 16h (de Brasília)
JUIZ: Guilherme Ceretta de Lima (SP)
AUXILIARES: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP)
PÚBLICO/RENDA: 14.662 pagantes / R$ 1.555.280
CARTÕES AMARELOS: Valencia e David Braz (SAN); Valdivia, Gabriel e Lucas (PAL).
CARTÕES VERMELHOS: Geuvânio, 45’/1ºT (SAN); Dudu, 45’/1ºT e Victor Ramos, 31’/2ºT (PAL) .
GOLS: David Braz, aos 29’/1ºT (1-0); Ricardo Oliveira, aos 43’/1ºT (2-0) e Lucas, aos 19’/2ºT (2-1).
SANTOS: Vladimir; Victor Ferraz, David Braz, werley (Gustavo Henrique, 8’/2ºT) e Chiquinho; Valencia (Leandrinho, 38’/2ºT), Renato e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho (Cicinho, 41’/2ºT) e Ricardo Oliveira. TÉCNICO: Marcelo Fernandes.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Vitor Hugo e Zé Roberto; Gabriel, Robinho (Cleiton Xavier, 8’/2ºT), Valdivia (Jackson, 32’/2ºT), Rafael Marques e Dudu; Leandro Pereira.TÉCNICO: Oswaldo de Oliveira
Verdão tem vantagem histórica sobre o Santos na Vila Belmiro; veja retrospecto
Felipe Krüger
Departamento de Comunicação
02/05/2015 – 12:14h
A decisão do Campeonato Paulista entre Palmeiras e Santos neste domingo (03), na Vila Belmiro, será o 103º jogo entre as duas equipes no estádio da equipe alvinegra. Mesmo como visitante, o Verdão possui mais vitórias que o rival, dono da casa: 43 triunfos a 41, além de 18 empates.
No retrospecto geral de jogos, a vantagem também é do Alviverde. Com uma boa vantagem no confronto direto, o Palmeiras registra, em 316 partidas, 134 triunfos sobre o Santos, 83 jogos que terminaram empatados e 99 derrotas.
A maior goleada da história do confronto aconteceu em dezembro de 1932, quando o Palmeiras emplacou um sonoro 8 a 0 sobre a equipe praiana. Além disso, a maior série invicta do embate pertence ao Verdão: 15 jogos, sendo 14 vitórias e um empate, entre julho de 1917 e junho de 1926.
No Paulistão de 1947, vencido pelo Palmeiras, o jogo do título aconteceu justamente contra o Santos, na Vila Belmiro.
Relembre abaixo a história daquela competição:
O Paulistão de 1947 ficou marcado por ter sido o primeiro título da carreira de Oswaldo Brandão como treinador. Mais tarde, Brandão iria treinar os quatro grandes clubes de São Paulo e até mesmo a Seleção Brasileira. O treinador, que por conta de uma lesão trocou as chuteiras pelo banco de reservas muito cedo, colecionou importantes títulos ao longo das décadas de 60 e 70.
A história do 11º título paulista do Verdão começa no início de 1947, quando o time não vivia a sua melhor fase: havia perdido algumas partidas sob o comando de Ventura Cambón. Eis que Brandão assume a equipe alviverde e o cenário dentro do Palmeiras se transforma radicalmente.
Logo de cara, o Verdão somou pontos importantes no Paulistão: venceu as oito primeiras partidas da competição com certa tranquilidade. Com jogadores de alto nível no elenco, como Oberdan, Lula, Lima e Canhotinho, o Palmeiras só foi conhecer o seu primeiro revés na 15º rodada (o único no certame). No total, o Alviverde disputou 20 partidas, obtendo 17 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota. Balançou as redes adversárias 51 vezes e sofreu 16 tentos.
O título veio com antecedência, na penúltima rodada da competição. Com gols de Turcão e Arturzinho, o Palmeiras bateu o Santos por 2 a 1 em plena Vila Belmiro e garantiu o troféu.
Pós-Jogo
Fonte: http://www.verdazzo.com.br/jogo/ficha/id/5794/santos-2-x-1-palmeiras
Foi por muito pouco, mas deixamos o título escapar desta vez. O Verdão jogou mal o primeiro tempo; voltou a ser o time letal que conhecemos no segundo tempo ao menos até fazer o gol, mas acabou prejudicado pelos cartões e perdeu o jogo no tempo normal por 2 a 1. Nos pênaltis, o Santos teve mais sorte (sim, sorte, porque bateram dois pênaltis ruins) e chegou ao título.
E temos toda a razão do mundo para reclamar da arbitragem. Conforme previsto, Guilherme Ceretta de Lima nos roubou em um lance capital, ao deixar de dar um pênalti claríssimo em Vitor Hugo no primeiro tempo. Ele encheu nossos jogadores de cartões – com dez minutos já tinham sido dois – e as expulsões vieram naturalmente; a de Victor Ramos definitivamente segurou o time atrás e possibilitou ao Santos fazer uma pressão perigosa no final.
A arbitragem nos prejudicou, definitivamente, mas isso não significa que não poderíamos ter passado por cima desses ‘equívocos’ não fossem por nossos próprios erros. A começar pela postura passiva do primeiro tempo. A melhor forma de refrear o ímpeto do Santos era valorizar a posse de bola, esfriar o jogo desde o início. Trocar passes, rodar a bola sem se preocupar exatamente em armar os lances de ataque, ao menos nos quinze minutos iniciais. Mas o Palmeiras entrou na correria santista, deu brecha para o juiz amarelar dois de nossos jogadores e a temperatura da final ficou do jeito que os santistas queriam.
Com Geuvânio aberto em cima de Zé Roberto, o lado esquerdo de nossa defesa sentia demais a falta de Arouca. Lucas Lima e Robinho conseguiam explorar essa deficiência e a bola chegava em Ricardo Oliveira com frequência preocupante. E o Santos dominava o meio-campo porque nossas tentativas de trocas passes eram bloqueadas pela linha de marcação adversária liderada por Renato e Valencia. Assim, a bola rondava nossa área perigosamente, enquanto Vladimir apenas observava a partida de longe.
O primeiro lance de perigo aconteceu apenas aos 19 minutos, em jogada individual de Robinho, que arrancou pela esquerda, cortou para o meio e exigiu boa defesa em dois tempos de Fernando Prass.
Dez minutos depois, saiu o primeiro gol do Santos: na bola parada, nossa zaga rebateu, Valencia pegou o rebote e jogou para a área enquanto nossa defesa saía em bloco; Robinho saiu de trás e tocou para o lado, onde David Braz estava com gol aberto e apenas rolou para as redes. Não que o Santos merecesse abrir o placar, mas o Palmeiras deu tanto espaço para a bola ficar em volta de nossa área, que ficou sujeito a isso.
Nossa única chance no primeiro tempo veio aos 39, com Robinho, cobrando falta sofrida por Leandro Pereira. E o 1 a 0 parecia ser o placar do primeiro tempo, quando após uma cobrança de tiro de meta Vitor Hugo disputou com Ricardo Oliveira e rebateu, mas o atacante adversário, como todo bom atacante, não desistiu da jogada e fez o bloqueio. Contando com a sorte que acompanha os bons jogadores, Oliveira viu a bola correr em direção a nosso gol na velocidade e altura certas para que ele, em disparada, ajeitasse com a coxa e tirasse de Fernando Prass, que nada pôde fazer. O 2 a 0 era uma vantagem ampla demais pelo que os dois times jogaram.
Já perto dos descontos, numa disputa de bola pela esquerda, Dudu e Geuvânio se enroscaram e o árbitro armou a palhaçada, expulsando os dois. Involuntariamente, Dudu e Ceretta acabaram ajudando o Palmeiras, já que era o time que precisava de mais espaços em busca de pelo menos um gol. Geuvânio fez muito mais falta ao Santos do que Dudu ao Verdão.
Precisando do gol, nosso time voltou com a mesma disposição que no jogo há duas semanas em Itaquera; foram necessários 45 minutos para o time tirar o peso da decisão dos ombros e jogar bola. E foi um domínio absoluto, invertendo os papéis desempenhados no primeiro tempo com sobras, principalmente depois que Oswaldo colocou Cleiton Xavier em campo no lugar de Robinho, deixando o time com apenas um volante. Com total iniciativa do jogo, o Palmeiras prensou o Santos em seu campo, e o time da casa sentiu mais ainda porque Werley pediu substituição, dando lugar a Gustavo Henrique.
Aos dez, Vladimir operou um milagre em cabeçada de Rafael Marques após escanteio da direita, parando a bola sobre a linha. Aos 13, linda troca de passes de toda a linha ofensiva, e a bola sobrou para Zé Roberto, que bateu de chapa na gaveta de Vladimir, que foi buscar. Sem Geuvânio correndo pelo setor, Zé ficou mais livre para apoiar e até para fechar pelo meio, como neste lance.
A pressão era absurda, e aos 19 o Verdão diminuiu, na única boa jogada de Valdivia na partida: um lançamento aéreo preciso para Lucas, que pegou meio sem jeito na bola – mas foi o suficiente para vencer Vladimir, que viu a bola morrer de mansinho no fundo das redes.
Com o 2 a 1, as duas equipes ficaram por alguns minutos estudando o jogo para saber quem daria o próximo passo. Era hora do Palmeiras aproveitar o momento psicológico do Santos e mantê-los sufocados atrás, mas o time novamente deu espaço e o Santos voltou ao ataque, sem tanta energia quanto no primeiro tempo. E o jogo ficou estudado, com as duas equipes descendo apenas na boa – até a expulsão de Victor Ramos, aos 32. O zagueiro disputou uma jogada com Valencia, levantou o pé e levou o segundo amarelo – a se questionar se merecia ter levado o primeiro.
O Santos então teve quinze minutos com um atleta a mais para fazer o gol do título, e quase conseguiu aos 44, quando Ricardo Oliveira invadiu pela esquerda, apenas com Fernando Prass pela frente, e tocou rasteiro, mas nosso goleiraço defendeu com a canela direita e levou a partida para os pênaltis. Um minuto antes, Amaral marcou um gol anulado pela arbitragem, pois estava impedido ao pegar um rebote de Vladimir após cobrança de falta de Cleiton Xavier.
Nos pênaltis, faltou frieza. O time ficou muito mais emotivo do que há duas semanas em Itaquera – pelo menos foi essa a impressão deixada pelas imagens das câmeras. Em vez daquela corrente valorizando a frieza e a precisão, vimos aquele ‘vamulá’ cheio de emoção. E coração acelerado demais para bater pênaltis é pedir para errar. O Verdão desperdiçou duas cobranças, com Rafael Marques e Jackson; o Santos também não foi lá essa competência toda, com dois pênaltis não exatamente bem batidos, mas levaram sorte e todas as bolas entraram, conquistando assim o título.
Perdemos o título esta noite, em Santos, e não no Allianz Parque, na semana passada. Chegamos a este jogo com vantagem, e o Palmeiras não chega derrotado em partida alguma.Bastava administrar a vantagem, coisa que não soubemos fazer hoje. O fato de que a margem podia ter sido muito maior é outra história.
Perder assim tem dois lados distintos. É óbvio que uma final no mata-mata, disputada palmo a palmo, decidida nos pênaltis, é muito dolorida; ficamos muito próximos do título e a frustração é grande. Por outro lado, a grandeza que esse time mostrou durante a competição, nunca nos esquecendo que esse elenco saiu do zero em janeiro, resgatou nosso orgulho e nos dá a certeza do PROTAGONISMO nas próximas competições. É para isso que o Palmeiras nasceu.
Temos pela frente este ano mais duas competições, uma em mata-mata e outra, um longo campeonato de pontos corridos com 38 rodadas. Ambas terminarão em dezembro, e poucos times no país têm um elenco tão equilibrado quanto o nosso, capaz de aguentar o tranco de uma temporada puxada como essa – e com a saúde financeira conquistada, ainda virão mais reforços, podem aguardar. O Verdão vai chegar, com certeza, nas cabeças nesses dois campeonatos. Caímos, mas desta vez, de cabeça erguida. E é assim que time grande se comporta – até porque, sábado já tem jogo pelo Brasileirão. Então VAMOS, PALMEIRAS!
Números
Fonte: PTD
PG | J | V | E | D | GP | GC | SG | % | ||
1 | Palmeiras | 31 | 1 | 4 | 23 | 10 | 13 | 68 | ||
2 | Botafogo | 22 | 6 | 4 | 5 | 16 | 14 | 2 | 48 | |
3 | Linense | 16 | 4 | 4 | 7 | 13 | 25 | -12 | 35 | |
4 | Portuguesa | 13 | 2 | 7 | 6 | 13 | 22 | -9 | 28 | |
5 | Marília | 2 | 0 | 2 | 6 | 35 | -29 | 4 |
Números do Verdão no Paulistão | ||
Jogos | Pontos ganhos | Porcentagem |
Em casa: 10 | 24 em 30 disputados | 80,00% |
Fora: 09 | 14 em 27 disputados | 51,85% |
Total: 19 | 38 em 57 disputados | 66,66% |
Quem marcou |
Rafael Marques: 6 gols / Robinho: 5 gols / Leandro Pereira: 4 gols / Cristaldo e Dudu: 3 gols / Vitor Hugo: 2 gols / Zé Roberto, Lucas, Maikon Leite, João Pedro, Victor Ramos e Gabriel: 1 gol |
Posição e pontuação do Verdão a cada rodada | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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