Como nas outras três partidas da Copa do Brasil no Palestra Itália, o Palmeiras não sofreu gol. Mas, diferentemente das outras ocasiões, o ataque sofreu e demorou a funcionar.
O ataque Palestrino pecou demais nas finalizações e sofreu para marcar e obter vantagem na partida de volta. O gol só saiu aos 49 minutos do segundo tempo, em pênalti convertido por Cleiton Xavier.
Antes do gol salvador, o clima ficou tenso. A torcida, em número recorde no ano, se irritou com Robert e Diego Souza, que não tiveram bons desempenhos em campo.
As equipes voltam a se enfrentar no dia 5 de maio e graças ao gol no fim o Palmeiras tem a vantagem de jogar pelo empate.
Jogo de ida válido pelas quartas de final da Copa do Brasil 2010.
FICHA TÉCNICA
Local: Estádio Palestra Itália, em São Paulo (SP)
Data: 29 de abril, quinta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Renda: R$ 734.864,00
Público: 23.892 pagantes
Árbitro: Leonardo Gaciba (RS)
Assistentes: Paulo Ricardo Conceição e José Antônio Franco (Ambos RS)
Cartões amarelos: Gilson, Pituca, Jairo e Márcio Gabriel (Atlético-GO); Edinho, Armero, Danilo e Léo (Palmeiras)
Gols:
PALMEIRAS: Cleiton Xavier, aos 49 minutos do segundo tempo
PALMEIRAS: Marcos; Márcio Araújo, Léo, Danilo e Armero, Edinho, Marcos Assunção, Cleiton Xavier e Lincoln; Diego Souza (Paulo Henrique) e Robert (Ewerthon)
Técnico: Antônio Carlos Zago
ATLÉTICO-GO: Márcio; Márcio Gabriel, Gilson, Jairo e Tiago Feltri; Agenor, Pituca, Ramalho e Robston; Rodrigo Tiuí e Marcão (Elas)
Técnico: Geninho.
globoesporte.com, Terra, Estadão, Folha, ESPN, UOL.
Em noite de recorde e discussão, Palmeiras bate Atlético-GO no fim
Com o Palestra Itália com grande público e palco de bate-boca de Diego Souza com torcedores, Alviverde marca de pênalti aos 49 minutos
Como nas outras três partidas da Copa do Brasil no Palestra Itália, o Palmeiras não sofreu gol. Mas, diferentemente das outras ocasiões, o ataque demorou a funcionar diante do Atlético-GO na noite desta quinta-feira, pelo primeiro encontro válido pelas quartas de final da competição nacional. No jogo que registrou o recorde de público no estádio alviverde no ano – 23.892 pagantes -, o time de Antônio Carlos Zago pecou nas finalizações e sofreu para ganhar por 1 a 0 e obter vantagem na partida de volta. O gol só saiu aos 49 minutos do segundo tempo, em pênalti convertido por Cleiton Xavier.
Antes do gol salvador, o clima ficou tenso. Torcedores se irritaram com Robert e Diego Souza, que não tiveram bons desempenhos em campo. No caso do camisa 7, as vaias e os insultos foram mais fortes e respondidos pelo atleta, que direcionou gestos obscenos e palavrões aos palmeirenses que estavam atrás do banco de reservas.
No Serra Dourada, na próxima quarta-feira, o Palmeiras assegura a classificação para as semifinais com um empate. Ou até com derrota por um gol de diferença, desde que balance a rede. O Atlético-GO precisa ganhar por dois gols. O placar de 1 a 0 a favor do Dragão leva a disputa para os pênaltis. Quem avançar no confronto encara na semifinal o ganhador do duelo entre Vasco e Vitória. O Rubro-Negro venceu em Salvador por 2 a 0 e tem vantagem para a partida no Rio.
Agora, o Atlético-GO volta suas atenções para a decisão do Campeonato Goiano. No domingo, a equipe de Geninho enfrenta novamente o Santa Helena, adversário derrotado na primeira partida da final por 4 a 0. Já o Alviverde, fora, do Paulista, segue sua rotina de treinos para a competição nacional.
Palmeiras domina, mas não marca
Foi notável a mudança de comportamento do Palmeiras com o retorno do meia Cleiton Xavier ao time. Ausente das últimas cinco partidas por conta de uma lesão no joelho, o camisa 10 do Alviverde dominou o meio-campo e armou as melhores jogadas da equipe, sempre com a participação de Lincoln. A dupla brilhou durante a primeira etapa, que teve amplo domínio do time da casa.
Logo aos dez minutos, Cleiton Xavier esquentou o jogo na fria noite paulistana com uma bicicleta. Depois do cruzamento de Robert, o meia tentou uma jogada de estilo, mas a bola foi para fora. Dois minutos depois, tabelou com Diego Souza e Lincoln, que arriscou de primeira, mas não acertou o alvo.
O Atlético-GO só chegava ao gol adversário em jogadas de velocidade, como no chute de Robston que passou à direita da meta de Marcos. As outras boas chances do visitante ocorreram novamente pelos pés do camisa 7, principal armador do time. Em cobranças de faltas aos 31 e aos 39, ele levou perigo ao time da casa. Mas o Palmeiras ainda se mostrava superior.
Aos 42, o Alviverde chegou a marcar, mas o árbitro Leonardo Gaciba anulou o gol de Robert acertadamente, assinalando impedimento. Pena para o torcedor palmeirense, que deixou de comemorar um gol desenhado com belos toques de Cleiton Xavier e Lincoln.
Gol nos acréscimos e irritação com Diego Souza
Embora tenha encerrado o primeiro tempo sendo pressionado pelo Palmeiras, o Atlético-GO voltou para a segunda etapa de forma mais organizada e levando perigo ao gol de Marcos. Depois de cobrança de escanteio, aos sete minutos, e confusão na área palmeirense, Marcão pegou a sobra e acertou o travessão do Alviverde.
A resposta palmeirense veio dos pés de Marcos Assunção, volante que fez sua estreia pela equipe, em uma sequência de cinco escanteios fechados e perigosos contra a meta de Márcio. O jogo, mais aberto que no primeiro tempo, pegou fogo para os dois lados.
Na velocidade, o time de Geninho pegou a defesa palmeirense desprevenida e obrigou Marcos a fazer mais um de seus milagres em campo. Depois de jogada entre Robston e Tiago Feltri na esquerda, Marcão recebeu cruzamento e disparou contra o camisa 12. A bela – e difícil – defesa do ídolo alviverde fez arquibancada homenageá-lo, enquanto ele agradecia aos céus, fazendo repetidamente o sinal da cruz no peito.
Para melhorar o setor ofensivo, Antônio Carlos Zago sacou Robert, que não vinha bem na partida, e colocou Ewerthon. Vaias para o camisa 20 e aplausos para o seu substituto, que perdeu um gol incrível aos 24 minutos, num chute cruzado diante do goleiro Márcio.
Conforme o tempo passava, o jogo ganhava contornos dramáticos para o Palmeiras. O plano de conseguir ao menos uma vitória simples e ter vantagem no segundo confronto ficava cada vez mais difícil. O problema não era chegar no gol adversário, e sim o arremate.
O nervosismo passou a tomar conta dos palmeirenses nas arquibancadas. Insatisfeita com a apresentação de Diego Souza, a chamada “turma do amendoim” – grupo de torcedores que fica nas cadeiras atrás do banco de reservas – ofendeu o meia quando ele foi substituído por Paulo Henrique. O camisa 7 respondeu com gestos obscenos e xingamentos.
Quando o empate sem gols parecia certo, Paulo Henrique foi puxado por Jairo dentro da área aos 48. Era a chance do Palmeiras salvar a noite. E foi o que Cleiton Xavier fez. O 1 a 0 sofrido e chorado fez o grito do torcedor palmeirense ecoar no Palestra Itália.