A vitória pelo placar mínimo igualou o score dos 2 confrontos e levou a decisão aos temidos pênaltis.
O jogo, marcado por muita intensidade em ambos os tempos, deixou o elenco exaurido. Mesmo com o apoio da torcida e o ânimo de ter vencido a partida, o Palestra foi para as cobranças com uma insegurança muito grande. Um erro pra cada lado na série de 5. Nas alternadas, um erro logo na primeira cobrança pôs fim ao sonho do avanço.
Mais uma eliminação em menos de um mês deixa o torcedor bastante chateado.
O fato é que o grupo não encontrou o entrosamento ideal, mesmo com contratações caras, e agora paga o preço.
As chances no Brasileirão são complicadíssimas, mas é a única esperança que resta.
Jogo de volta válido pelas oitavas de final da Libertadores 2017.
FICHA TÉCNICA
LOCAL: Allianz Parque, São Paulo (SP)
DATA-HORA: 9/8/2017 – 21h45
ÁRBITRO: Néstor Pitana (ARG)
AUXILIARES: Hernan Maidana (ARG) e Pablo Belatti (ARG)
PÚBLICO/RENDA: 38.310 pagantes/R$ 3.343.320,49
CARTÕES AMARELOS: Thiago Santos e Edu Dracena (PAL), Marcos Caicedo, Oyola e Castillo (BAR)
CARTÕES VERMELHOS: –
GOL: Moisés (5’/2ºT) (1-0)
PÊNALTIS: Guerra (marcou), Tchê Tchê (marcou), Bruno Henrique (errou), Keno (marcou), Moisés (acertou), Egídio (errou) (PAL)
Álvez (marcou), Oyola (marcou), Segundo Castillo (marcou), Marcos Caicedo (marcou), Damián Díaz (errou), José Ayoví (marcou) (BAR)
PALMEIRAS: Jailson; Tchê Tchê, Mina (Edu Dracena, aos 39’/1ºT), Luan e Egídio; Thiago Santos, Bruno Henrique e Dudu (Guerra, aos 31’/2ºT); Róger Guedes (Moisés, no intervalo), Keno e Deyverson. Técnico: Cuca.
BARCELONA-EQU: Banguera; Pedro Velasco, Dario Aimar, Arreaga e Pineida (Tito Valencia, aos 24’/2ºT); Minda (Segundo Castillo, aos 33’/2ºT), Oyola e Marcos Caicedo, José Ayoví e Castillo (Damián Díaz, aos 12’/2ºT); Jonatan Álvez. Técnico: Guillermo Almada.
Gol, melhores momentos, pênaltis.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
Numa noite que terminou de forma melancólica, o Palmeiras venceu o Barcelona no Allianz Parque pela contagem mínima, enfrentou a decisão por pênaltis e acabou eliminado nas cobranças alternadas. Coube desgraçadamente a Egídio perder o pênalti decisivo, e resta ao Palmeiras jogar o segundo turno do Brasileirão para tentar o milagre de tirar 15 pontos do rival para ainda alcançar um título nesta temporada.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca não teve a chance de escalar Mayke e Guerra: o primeiro, fora de combate; o segundo não estava 100% para os 90 minutos e Keno entrou no ataque, mandando Dudu para o meio; Tchê Tchê ficou encarregado da marcação sobre Ayoví pela direita da defesa. O Palmeiras começou com tudo, como era de se esperar, mas o Barcelona corajosamente empurrou sua marcação para a frente, não permitindo que nosso time fizesse a pressão que desejava nos minutos iniciais para aproveitar a enorme empolgação da torcida.
O Palmeiras só chegou perto do gol de Banguera aos 9: Dudu cobrou lateral na direção de Keno, que mesmo cercado por três lutou muito e puxou a bola buscando Deyverson – a zaga conseguiu afastar e Thiago Santos pegou a sobra e sofreu falta. Na cobrança, Dudu bateu cruzado, alto, buscando alguém para a testada; ninguém alcançou e a bola fez a curva, saindo muito perto do ângulo esquerdo de Banguera.
Em todas as faltas no campo ofensivo, mesmo de longe, o Palmeiras alçava a bola na área – talvez em suas observações Cuca tenha detectado uma fragilidade nesse tipo de jogada na defesa do Barcelona. Aos 12, Egídio suspendeu falta na área e Arrega empurrou Mina na área – pênalti claríssimo que o juiz não deu.
Aos 22, Egídio conseguiu uma ótima jogada rente à linha e cruzou à meia altura, para o mergulho de Deyverson, que desviou a bola de leve – ela saiu perto do poste esquerdo de Banguera. Aos 24, o primeiro chute a gol do Barcelona, de fora da área – Marcos Caicedo conseguiu o arremate mas Jailson agarrou firme. Roger Guedes respondeu na mesma moeda um minuto depois, em chute forte de média distância, à esquerda do gol.
Aos 33, Tchê Tchê foi vencido no mano a mano e a bola foi esticada na direita; Jailson saiu em falso e foi encoberto pelo cruzamento que encontrou Erick Castillo dentro da área – ele teve liberdade para dominar e bater forte, na rede pelo lado de fora. Um baita susto.
O Barcelona, de forma inteligente, mantinha seus pontas segurando nossos laterais, e assim nossa articulação dependia de uma aproximação maior entre Dudu e Deyverson, com Roger Guedes e Keno – algo que não acontecia, fazendo com que o time seguisse dependendo de bolas paradas. Aos 35, por pouco Mina não conseguiu desviar mais um levantamento de Egídio. Pouco depois, ele sentiu lesão numa disputa de bola e obrigou Cuca a queimar a primeira substituição – Edu Dracena foi a campo.
Os minutos finais do primeiro tempo foram absolutamente irritantes – os visitantes recorreram sem nenhum pudor à cera e ao antijogo, sob a complacência da arbitragem argentina, que além de não marcar um pênalti a nosso favor não manteve o mesmo critério na marcação de faltas.
No intervalo, além de mexer na articulação do time, o Palmeiras precisava fazer algo com relação à arbitragem.
SEGUNDO TEMPO
Moisés, com a camisa 10, entrou no lugar de Roger Guedes; Dudu caiu para o lado direito. E o time mudou de cara, jogando mais pelo chão e controlando melhor a meia-cancha. Aos 3, o primeiro chute a gol: Deyverson lutou sozinho contra três equatorianos, ganhou e girou para o gol; a bola desviou na zaga e foi a escanteio.
Aos cinco, numa faltinha estranha marcada pelo argentino, Velasco bateu forte e Jailson foi obrigado a espalmar a escanteio.
Mas o Palmeiras estava mesmo diferente com a entrada de Moisés, e aos sete ele mostrou o quanto fez falta para o time durante todo este tempo: ele recolheu a bola na intermediária defensiva, esticou para Dudu e correu pelo meio; Dudu prendeu dentro da área até a chegada do camisa dez e rolou; Moisés fintou o zagueiro com imensa categoria, deixando-o no chão, e bateu firme no canto direito de Banguera, abrindo o placar. O Allianz Parque finalmente explodiu.
Aos 14, Bruno Henrique usou a imensa categoria de Moisés para construir uma linda tabela e bateu forte, de longe, mas a bola subiu demais. Aos 15, o jogo pegou fogo de vez: Dudu fez a jogada dentro da área, girou em cima de Pineida e tentou buscar o canto direito de Banguera; a bola sairia e Deyverson, impedido por centímetros, marcou o gol, mas o bandeira acusou. Enquanto nossos jogadores reclamavam; o Barcelona armou um contra-ataque rapidíssimo e Álvez fez a jogada em cima de Luan; mesmo pressionado conseguiu um chute cruzado, rasteiro – a bola beijou o pé da trave de Jailson.
A bola não parava. Aos 18, Tchê Tchê, que entrou finalmente no jogo, abriu para Bruno Henrique, que cruzou no bico da pequena área; Keno emendou de primeira e a bola explodiu no travessão. Um minuto depois Tchê Tchê entrou driblado pela direita e chutou cruzado, da entrada da área, mas a bola saiu por cima, raspando o travessão.
Incomodado com a temperatura do jogo, o Barcelona voltou a recorrer à cera e quebrou o ritmo do Palmeiras. Moisés então voltou a se apresentar e tentou reorganizar o ataque do Verdão, contando muito com o apoio de Bruno Henrique. Mas Dudu sentiu uma lesão muscular, no posterior da coxa esquerda, e precisou sair – Lobo Guerra foi a campo, em princípio jogando aberto pela direita, mas logo passou a rodar por todo o setor ofensivo.
O nervosismo passou a falar mais alto e o Verdão perdeu novamente a objetividade. O Barcelona travou o jogo e ainda cavou uma chance de ouro aos 38 – na falta batida da esquerda, Segundo Castillo escorou livre, de frente para Jailson, mas errou o alvo, mandando por cima.
Extenuado, o time do Palmeiras foi na base da raça e Deyverson, após tabela com Moisés, tentou arremate de fora, mas o chute saiu sem direção. Depois de cinco minutos de acréscimo em que o Palmeiras não conseguiu impor sua maior técnica, perdendo para seus nervos, o juiz encerrou o jogo e a decisão foi para os pênaltis.
PÊNALTIS
Os sorteios prejudicaram o Palmeiras, primeiro mandando as cobranças para o Gol Norte, mais longe da torcida, e depois determinando que o Barcelona iniciaria as cobranças, aumentando a pressão no Palmeiras.
- Álvez abriu as batidas; Jailson caiu no canto direito mas o chute foi alto, no meio, e entrou;
- Guerra esperou Banguera cair para a direita e rolou no canto oposto, com categoria;
- Oyola deslocou Jailson, que caiu para a esquerda – a bola foi rasteira, no meio;
- Tchê Tchê travou um duelo com Banguera, que chegou a dar dois passos para a frente, levou uma finta e viu a bola morrer no canto esquerdo;
- Segundo Castillo foi o primeiro que bateu com força – no canto direito alto, e marcou;
- Bruno Henrique telegrafou e bateu no canto esquerdo baixo – Banguera defendeu;
- Caicedo bateu no canto esquerdo baixo, Jailson saltou bem e a bola passou por baixo de seu corpo;
- Keno bateu pelo alto, forte, sem chances para Banguera;
- Damian Díaz bateu no canto esquerdo, para finalizar o confronto, mas Jailson defendeu de forma espetacular, recolocando o Verdão no páreo;
- Moisés fechou as primeiras cinco batidas chutando forte, no canto alto direito, empatando a disputa;
- Ayoví bateu muito bem, tirando Jailson do lance, no canto esquerdo baixo;
- Egídio bateu mal, fraco, no canto esquerdo de Banguera, que fez a defesa e eliminou o Palmeiras da Libertadores.
FIM DE JOGO
Alguns dirão que o Palmeiras foi eliminado no gol tomado lá em Guayaquil. Outros apontarão o fraco primeiro tempo como um desperdício de relógio, o que forçou que a disputa fosse para os pênaltis. E o mais evidente é colocar mesmo a culpa em Bruno Henrique e principalmente em Egídio, que erraram suas cobranças na disputa. E todos terão uma parcela de razão.
A dor da eliminação acaba sendo canalizada para uma revolta natural e leva a uma caça às bruxas. Que cada um reaja como achar que deve. De uma coisa, no entanto, o time jamais poderá ser acusado: de falta de raça e vontade. Isso não faltou – e parece que muita gente aprendeu esta noite, da forma mais doída, que apenas isso não é suficiente.
O Palmeiras sentiu a responsabilidade e perdeu para seus próprios nervos. O Barcelona, apesar da coragem e da competência em sua proposta, jamais foi um adversário à altura para nos derrotar, com todo o respeito aos equatorianos. O time vê, desta forma, o sonho das copas terminar de forma melancólica.
A nós, palmeirenses, resta nos unir cada vez mais. Seremos alvo de muita pilhéria, dos amigos, dos inimigos e da parte não-séria da imprensa, e temos que suportar. Soubemos ser grandes campeões brasileiros no ano passado, e agora temos que saber perder, para voltarmos no ano que vem e ensinar a todos eles que não é prudente sacanear com o Palmeiras. Eles que aproveitem, porque o tempo passa rápido e logo estaremos de volta.