(Foto: Roberto Vinícius/Gazeta Press)
Jogar no Beira-Rio é sempre complicado e vínhamos de um tabu de 19 anos sem vitória nesse estádio. Hoje o tabu foi derrubado.
Jogando um ótimo primeiro tempo, com boas jogadas de ataque e defesa consistente, abrimos o marcador e não demos chances para o azar.
O segundo tempo mais tenso. O Inter cresceu e abdicamos um pouco do ataque.
Jogo válido pela 15ª rodada do Brasileirão 2016.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL X PALMEIRAS
DATA: 17/7/16 – 16h
LOCAL: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
ÁRBITRO: André Luiz de Freitas Castro (GO)
AUXILIARES: Kleber Lúcio Gil (Fifa-SC) e Bruno Raphael Pires (Fifa-GO)
PÚBLICO/RENDA: 27.293 pagantes/ R$ 774.870,00
CARTÕES AMARELOS: Raphinha, Paulão, Raphina e Ariel (INT); Gabriel Jesus e Thiago Santos (PAL)
GOLS: Erik, aos 10’/1ºT (0-1)
INTERNACIONAL: Marcelo Lomba; William, Paulão, Ernando e Raphinha; Fernando Bob (Ariel – 37’/2ºT), Rodrigo Dourado, Andrigo (Valdívia – Intervalo) e Gustavo Ferrareis (Anderson – 25’/2ºT); Eduardo Sasha e Vitinho. Técnico: Falcão.
PALMEIRAS: Fernando Prass, Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos, Tchê Tchê e Cleiton Xavier (Dudu – 13’/2ºT); Erik (Rafael Marques – 18’/2ºT), Róger Guedes (Leandro Pereira – 41’/2ºT), e Gabriel Jesus. Técnico: Cuca.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
Uma vitória maiúscula do Verdão em Porto Alegre. Para mais de 30 mil torcedores presentes, o time todo jogou muito bem, fez um gol logo no início e controlou o adversário para terminar com um tabu de quase 19 anos sem vencer o Inter no Beira-Rio. Para completar a excelente rodada, o vice-líder tropeçou em casa e o Verdão voltou a ter uma folga na tabela.
PRIMEIRO TEMPO
Dudu foi dúvida durante toda a semana por conta de um incômodo na panturrilha. Após os últimos testes, Cuca achou melhor poupá-lo, e surpreendeu ao escalar Erik em seu lugar – Rafael Marques foi testado nos treinos e era esperado que ele fosse o substituto. O desenho do time, no entanto, foi o mesmo usado na última partida fora de casa, contra o Sport.
E o Verdão veio muito focado, dominou o Inter do início ao fim do primeiro tempo. As linhas do Palmeiras conseguiam bloquear todas as tentativas do time da casa, que não criou uma chance sequer de gol. O máximo que conseguiu foram algumas aproximações na lateral da área, sobretudo com Eduardo Sasha em cima de Zé Roberto, mas nas poucas vezes que a bola chegou em nossa área, a zaga esteve firme e tirou tudo.
No ataque, a velocidade de Gabriel Jesus, Erik e Roger Guedes eram as flechas perfeitas para o arco, ou seja, Cleiton Xavier, que estava inspirado. Logo a dois minutos, ele estava no lado esquerdo e enfiou a primeira bola para Gabriel Jesus, que ganhou da zaga na corrida e tocou na saída de Marcelo Lomba, mas a bola saiu por muito pouco, à direita.
Aos dez, o gol: Cleiton Xavier, agora do lado direito, rolou na área para Gabriel Jesus; na disputa com Paulão ele tocou para trás, para a velocidade de Erik, que ganhou de William e tocou cruzado, no canto direito de Lomba, sem chances: 1 a 0.
O Verdão controlava o jogo de forma bastante tranquila e buscava os buracos para sair novamente na cara do gol. Aos 24, mais uma vez Cleiton Xavier: ele enfiou para Jean, que se projetava pelo lado direito, recebeu e cruzou rápido para Gabriel Jesus que escorou visando o cantinho direito de Lomba, mas a bola saiu por pouco. Aos 32, Cleiton Xavier tocou em elevação para Gabriel Jesus, que por muito pouco estava impedido. Ele saiu na cara de Lomba e fez um golaço por cobertura, mas o bandeirinha tinha parado o lance.
O Inter, por mais que tentasse se aproximar de nossa área, não conseguia desenvolver suas jogadas e deixava espaços para nossos contra-ataques. Aos 46, quase no último lance do primeiro tempo, foi Gabriel Jesus quem puxou a descida; ele acionou Roger Guedes que entrou em diagonal pela esquerda, ajeitou e bateu na saída de Lomba, que se esticou e impediu o segundo gol.
SEGUNDO TEMPO
O Inter voltou para o segundo tempo com uma alteração já esperada: Valdivia entrou no lugar de Andrigo e deu muito mais intensidade ao meio-campo do time da casa, mas mesmo assim a defesa do Palmeiras, em grande tarde, levava vantagem, impedindo as conclusões a gol. Mesmo com menos volume de jogo que o adversário, o Palmeiras finalizou mais a gol também no segundo tempo. Aos sete minutos, Gabriel Jesus aproveitou o primeiro contra-ataque, invadiu pela esquerda e bateu para fora – Roger Guedes fechava pela direita e reclamou.
Aos dez, a primeira finalização do Inter: Rodrigo Dourado tabelou com Vitinho, invadiu pela esquerda e bateu na rede pelo lado de fora. Dourado tinha pouco ângulo, bem marcado por nosso sistema defensivo.
Era clara a dificuldade do Inter articular jogadas. Thiago Santos e Tchê Tchê martelavam o bife, e a carne ficava macia para nossa dupla de zaga mastigar. Jean foi monstruoso em cima das descidas de Vitinho. O único que às vezes tinha problemas era Zé Roberto – algo que Cuca melhorou com a entrada de Rafael Marques no Erik – o camisa 19 tem muito mais presença defensiva, tendo sido muito importante também nas bolas aéreas que o Inter alçou em nossa área.
Já com Dudu no lugar de Cleiton Xavier, que apanhou bastante, o Palmeiras criou uma boa chance com Roger Guedes, que trocou passes com Tchê Tchê dentro da área e girou de perna esquerda para o gol, mas foi travado.
O Inter seguia pressionando, batendo de fora ou levantando bolas em nossa área de qualquer jeito, facilitando para nossa defesa. Edu Dracena, Vitor Hugo, Rafael Marques e Thiago Santos saíram de campo com dor de cabeça. Ainda deu tempo do Verdão chegar bem perto do segundo gol aos 47: Zé Roberto cruzou, Gabriel Jesus aparou a bola e tentou servir para Dudu chutar. Cercado, o camisa 7 rolou para Jean, que disparou um canudo; Rafael Marques ainda tentou desviar para tirar Lomba da jogada mas o goleiro colorado fez boa defesa. O juiz apitou o fim do jogo e o tabu foi para o espaço.
FIM DE JOGO
É uma vitória que faz todos os outros coçarem a cabeça, que desanima os adversários. A expectativa de ver o Palmeiras começar a perder pontos não se concretiza, e em vez da diferença diminuir, ela aumenta. O Verdão vai pulando as fogueiras mais altas e passando ileso; jogando bem, com consciência tática e execução técnica perfeita. Resta apenas saber como vai se comportar nos próximos seis jogos, sem a liderança de Fernando Prass e o esplendor técnico de Gabriel Jesus. Se depender do orgulho e do apoio da torcida após esta magnífica vitória, não temos com o que nos preocupar. VAMOS PALMEIRAS!