Fizemos uma partida horrível e uma derrota não seria nada injusto. Contudo, perder nunca é bom e o empate deve ser comemorado, ainda mais quando o gol é outro golaço por cobertura de Robinho em Rogério Ceni. Impagável!
O empate nos mantém no G4. Agora é focar na decisão pela Copa do Brasil contra o Inter que vale vaga nas semifinais.
Jogo válido pela 28ª rodada do Brasileirão 2015.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 1 PALMEIRAS
LOCAL: Morumbi, em São Paulo (SP)
DATA E HORÁRIO: 26/09/2015, domingo, 16h
ÁRBITRO: Anderson Daronco (SC)
ASSISTENTES: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse (ambos de SP)
RENDA/PÚBLICO: R$ 760.420,00 / 25.141
CARTÕES AMARELOS: Matheus Reis (São Paulo); Robinho, Thiago Santos (Palmeiras)
GOLS: Carlinhos, 14’/2ºT (1-0) e Robinho, 47’/2ºT (1-1)
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão e Matheus Reis (Wesley – 34’/2ºT); Thiago Mendes, Carlinhos e Ganso; Michel Bastos (Wilder – 12’2ºT), Rogério e Alexandre Pato (Lyanco – 24’/2ºT). TÉCNICO: Juan Carlos Osorio
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas (Kelvin – 24’/2ºT), Jackson, Vitor Hugo e Egídio; Thiago Santos, Andrei Girotto (João Pedro – intervalo) e Robinho; Rafael Marques, Gabriel Jesus e Lucas Barrios (Alecsandro – 20’/2ºT). TÉCNICO: Marcelo Oliveira
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
O Verdão fez um jogo horrível e merecia perder. Mas eis que nos descontos, Rogério Ceni deu a bola nos pés de Robinho e… a história se repetiu. O gol por cobertura foi o centésimo do Palmeiras na temporada e manteve o time entre os quatro primeiros na tabela. Jogamos muito mal, não quebramos o tabu, mas a satisfação é imensa. Coisas que só o futebol faz.
As atenções agora se voltam novamente para a Copa do Brasil, quando o Verdão tentará definir a passagem para as semifinais recebendo o Inter, quarta, no Allianz Parque.
PRIMEIRO TEMPO
Desde o início, o Palmeiras mostrava qual seria a tônica do primeiro tempo: time marcando atrás, atraindo o SPFC para seu campo e abrindo o espaço para a velocidade de Gabriel Jesus. O time da casa tinha a posse de bola e a iniciativa do jogo.
Aos sete, Andrei Girotto falhou no bote e Carlinhos teve espaço, distribuiu a Pato, que tocou para Michel Bastos, aberto pela direita; ele cortou pra dentro e bateu forte, para fora. Aos 12, Fernando Prass teve uma pane mental numa bola esticada para Rogério, e qundo decidiu desviar com a mão já estava fora da parea, tentou deixar a bola entrar na área, errou o golpe e dividiu com o atacante adversário, que já estava batendo com o gol livre. Na cobrança de Michel Bastos, a zaga afastou mas deu a chance da segunda bola, Michel Bastos recebeu de novo, foi ao fundo e rolou para Gansou que, de frente, bateu para fora.
Era um baile. Rafael Marques, Robinho e Gabriel Jesus não compunham a primeira linha e deixavam o SPFC chegar tranquilo em nossa intermediária. Com a posse de bola, não se movimentavam, e erampresa fácil para Thiago Mendes, que tinha a ajuda de Carlinhos na proteção à zaga.
Aos dezoito, Michel Bastos bateu escanteio da esquerda no primeiro pau e Carlinhos conseguiu testar, para fora. Aos 19, Robinho afastou mal e deu no pé de Thiago Mendes, que bateu forte; Prass encaixou bem. Aos 21, novamente Carlinhos: ele teve muita liberdade e experimentou de longe; Prass de novo conseguiu a defesa, mandando a escanteio. Aos 28, Robinho fez falta em Thiago Mendes e recebeu amarelo. Michel Bastos mais uma vez tentou de fora, e mais uma vez Fernando Prass mandou a escanteio.
Apenas aos 29 minutos o Palmeiras conseguiu sua primeira finalização: Andrei Girotto desceu de surpresa e conseguiu o espaço, foi pela direita e enxergou o deslocamento deRobinho, colocando a bola em sua cabeça; o camisa 27 testou firme e a bola foi no travessão.
Anderson Daronco chamou a parada para reidratação logo após esse lance, oq eu deu a chance para Marcelo Oliveira tentar recompor a primeira linha. E de fato, o time voltou mais bem arrumado – antes da parada, o placar das finalizações apontava 7 a 1 para o SPFC – e foi pouco.
Aos 37, Gabriel Jesus não compôs a linha de marcação e Bruno desceu solto pela direita, livre; Gabriel então chegou atrasado para dividir e fez falta. Foi um retrato do mau posicionamento defensivo do time. Aos 47, Gabriel Jesus foi lançado e seguro pela camisa por Matheus Reis; na sequência Rafael Marques sairia na cara do gol, mas Anderson Daronco não deu a vantagem. Egídio chutou de forma bisonha, para encerrar o primeiro tempo
SEGUNDO TEMPO
Marcelo Oliveira trocou Andrei Girotto por João Pedro, talvez pensando em postar alguém com mais mobilidade para ajudar Thiago Santos – e escolheu Lucas para isso, coisa que nunca foi vista nem em treinos, muito menos em jogo. Gabriel Jesus caiu pela direita, trocando de lugar com Rafael Marques. E nos minutos iniciais parecia que daria algum resultado. O Palmeiras voltou com uma postura diferente, agredindo mais – mas continuou ridiculamente exposto na retaguarda. Assim, o jogo ficou maluco, sem meio-campo, com os dois times chegando à área adversária com muita facilidade.
Logo a um minuto, Gabriel Jesus abriu para Rafael Marques pela esquerda; ele cortou para dentro e na hora de bater, já dentro da área, foi travado por Thiago Mendes. Dois minutos depois, o SPFC respondeu: num contra-ataque rápido, ficou no 3 contra 2; Pato ficou no mano a mano com Jackson que levou a melhor, dando um bote preciso. Um minuto depois, após escanteio, Rogério pegou a sobra e bateu forte, da entrada da área, e a bola passou muito perto da trave direita de Fernando Prass. Pouco depois, foi a vez de Ganso, após troca de passes do ataque do time da casa, bater de fora – de chapa, colocado, ele tentou o ângulo direito de Prass, mas errou. O SPFC continuava chegando muito mais, mas as batidas eram todas de fora: grande atuação de nossa zaga.
Aos 12, Michel Bastos sentiu lesão e deu lugar ao pequeno Wilder, diminuindo a qualidade do time deles. Dois minutos depois, Gabriel Jesus invadiu a área pela esquerda, prendeu demais e ficou marcado; inverteu para Rafael Marques que tentou ajeitar para Barrios, mas a defesa rechaçou. Muita firula e pouca objetividade. Isso dá castigo.
E deu: aos 15, depois de mais um vacilo de Gabriel Jesus, que não protegeu uma bola que sairia a escanteio, Thiago Mendes foi mais rápido e armou o contra-ataque; a bola passou por Ganso, que abriu a Carlinhos do lado esquerdo. Com toda a defesa já recomposta, Carlinhos encarou a marcação de João Pedro, cortou para o meio num movimento simples – mas suficiente para João Pedro se estabacar no chão – e bateu forte, de curva, no cantinho esquerdo de Prass, sem chances.
Gabriel Jesus foi displicente ao não proteger a bola. Ele é culpado por desperdiçar mais um ataque. Mas é absolutamente errado colocar a culpa nele pelo gol. Quem arma contra-ataque para o adversário, que dá em gol, só pode ser responsabilizado se a defesa não tem tempo para recompor. No caso deste gol, A defesa estava toda postada. Logo, a culpa do gol é da defesa, no caso, João Pedro. Gabriel Jesus tem que ser cobrado seriamente pela péssima partida, mas só pelo que fez, não pelo que não fez.
Aos 20, Barrios pediu para sair, e Alecsandro foi para o campo. Pouco depois, Kelvin entrou no lugar de Lucas, abrindo novamente o meio, atrás do placar. Osorio nos deu uma força e aceitou a pressão, mandando Lyanco no lugar de Pato – armou a defesa com três zagueiros pra tentar explorar as costas de nossos laterais. Mas o Palmeiras passou a dominar o jogo.
Só que mesmo com o domínio territorial, o time não conseguia criar chances. Aos 30, Thiago Mendes fez falta em Rafael Marques, perto da área. Alecsandro cobrou mal, na barreira, desperdiçando ótima chance. Aos 32, Osorio tentou nos dar mais uma chance, mandando Wesley no lugar de Matheus Reis, amarelado. E o Verdão continuava tentando empatar, mas só na base do chuveirinho, sem tentar envolver a defesa deles com toques rápidos.
Aos 42, um lance tétrico, deprimente: Gabriel Jesus, ao lado da área, ficou de frente com Bruno, um lateral que não pode jogar nem no Rio Claro. O lance era promissor, mas Gabriel pisou na bola e caiu de bunda na hora de tentar a finta. Visivelmente abalado, o menino prostrou-se ao chão. E o lance matou o Palmeiras, que perdeu o resto de ânimo que ainda poderia ter.
Mas ninguém esperava o presente de Rogério Ceni, aos 47. Ele recebeu uma bola recuada por Lyanco e, pressionado por Alecsandro, rebateu mal, nos pés de Robinho. Da intermediária, ele bateu por cima, enquanto Ceni tentava voltar seu pesado corpo para a meta. Só deu tempo de ver a bola entrando mansa na meta são-paulina. O Palmeiras não mereceu marcar o gol. O SPFC não mereceu tomar o gol. Mas Rogério Ceni, esse sempre merece. E assim acabou o jogo.
FIM DE JOGO
Todos já se preparavam para iniciar a caça às bruxas, o Palmeiras não dava a menor pista de que chegaria ao empate, e tivemos um final de jogo como este, inacreditável e delicioso. Que a partida medonha sirva de alerta para todo o time, que se jogar assim contra o Inter, não se classifica na Copa do Brasil; não tem o Rogério Ceni do lado de lá contra os gaúchos. Hora de todos que jogaram mal levantarem a cabeça, sobretudo Gabriel Jesus. Quarta tem decisão. VAMOS PALMEIRAS!