Partida marcante, primeiro pelo susto proporcionado pela comissão técnica em escalar um time reserva. Segundo pelo sufoco de vencer com placar mínimo. Corremos um grande risco de ficar fora da parte interessante da Copa do Brasil. Terceiro pelo 1º gol de Gabriel Jesus. Que venham muitos outros (junto com títulos).
Estamos nas oitavas. Agora que começa de verdade. Esse ano teremos a participação dos clubes que disputaram a Libertadores e os confrontos das oitavas serão definidos por sorteio.
Agora faltam 8 decisões para o título.
Jogo de volta pela 3ª fase da Copa do Brasil.
FICHA TÉCNICA
ASA 0 X 1 PALMEIRAS
LOCAL: Estádio do Café, em Londrina (PR)
DATA/HORA: 15/07/2015 – 22h
ÁRBITRO: Paulo Roberto Alves Junior (PR)
AUXILIARES: Pedro Martinelli Christino (PR) e Luiz Souza Santos Renesto (PR)
CARTÕES AMARELOS: Fábio Alves, Max Carrasco e Jorginho (ASA);
GOLS: Gabriel Jesus, 24’/2T (0-1)
ASA: Pedro Henrique; Gabriel, Lucas Bahia, André Nunes e Fábio Alves (Rayro, 35’/2T) ; Jorginho, Max Carrasco, Marcos Antônio, Marlon (Everton, 25’/2ºT) e Didira (Uederson, 17’/2ºT); Alex Henrique. TÉCNICO: Vica.
PALMEIRAS: Fernando Prass; João Pedro, Victor Ramos, Jackson e João Paulo; Amaral e Andrei Girotto (Dudu, 16’/2ºT); Leandro (Gabriel Jesus, intervalo), Cleiton Xavier e Kelvin (Gabriel, 38’/2ºT); Cristaldo. TÉCNICO: Marcelo Oliveira.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
Deu Verdão em Londrina. Jogando para 19 mil pessoas, o time conseguiu a classificação para a fase final da Copa do Brasil ao vencer o ASA pelo placar mínimo, em jogo que ficará marcado pelo primeiro gol de Gabriel Jesus no profissional, e pelo enorme risco que a comissão técnica decidiu correr ao escalar o time reserva para poupar os titulares para a sequência do Brasileiro.
O gramado do Estádio do Café estava muito ruim. Além de muitas irregularidades – verdadeiras crateras em alguns pontos – a chuva que caiu na região deixou o terreno pesado e liso, igualando mais ainda as equipes.
E o Verdão finalmente entrou de verde na Copa do Brasil. Parece que o azul foi definitivamente deixado de lado.
Primeiro tempo
Logo com um minuto, Kelvin recebeu uma bola em meio a uma intensa disputa, achou o espaço e bateu de fora – ela saiu à esquerda de Pedro Henrique. O ASA se aproveitava bem da escolha de Marcelo Oliveira de diminuir a diferença entre os dois times, e sua forte marcação no meio-campo dava resultado; o Palmeiras tinha dificuldades em articular jogadas, tendo que usar os lançamentos longos da zaga – algo que está ficando irritante neste time. Por outro lado, não havia qualquer criação por parte do time alagoano, que jogava apenas esperando por um erro de nosso sistema defensivo. Assim, do jeito que dava, o Verdão tentava: aos 12, Andrei Girotto fez um passe primoroso para Leandro, que ficou livre, cara a cara com Pedro Henrique, mas bateu para fora, de forma ridícula.
Aos 28, o erro que o ASA esperava: Marco Antônio cruzou da esquerda, Leandro fazia a cobertura do lado oposto e na tentativa de afastar acabou ajeitando para Gabriel; com pouco ângulo, o lateral do ASA bateu forte – Prass defendeu.
Aos 33, falta sobre Kelvin – Cleiton Xavier bateu, mas Leandro entrou na frente e desviou a bola, que saiu por cima. Aos 43, depois de mais uma bola esticada por Victor Ramos, Cristaldo disputou, Leandro atrapalhou e a bola se ofereceu para Andrei Girotto, que arriscou de fora – ela saiu por cima, levando perigo. Um péssimo primeiro tempo do Verdão, que não dominou o meio-campo e viveu de lances fortuitos.
Segundo tempo
Marcelo Oliveira voltou para o segundo tempo com Gabriel Jesus no lugar de Leandro, que errou tudo o que tentou. Logo com um minuto, Gabriel Jesus fez a jogada, Andrei Girotto tentou a finalização mas foi bloqueado; Kelvin pegou o rebote e tocou para João Pedro, que chutou forte, à direita de Pedro Henrique.
Com a marcação avançada, o Palmeiras jogava em cima do ASA. Aos 3, Kelvin aproveitou uma roubada de bola e bateu de fora – à esquerda do gol do adversário. Aos 9, Gabriel Jesus tentou enfiar para Cristaldo mas a defesa cortou para escanteio; na cobrança, Victor Ramos cabeceou fraco e Pedro Henrique defendeu com facilidade. Aos 14, Cleiton Xavier pegou uma sobra na esquerda e cruzou rasteiro na pequena área, mas não apareceu ninguém para concluir e a zaga afastou. O Palmeiras mandava no jogo, mas em ‘modo 2014’.
Aos 15, Dudu, que será julgado na segunda-feira, deve ser suspenso e não precisava de forma alguma ser poupado, foi para o jogo no lugar de Andrei Girotto – e arredondou o time de uma forma impressionante, se alguém ainda tinha alguma dúvida de sua importância. Um minuto depois, Vica sacou seu melhor jogador, o meia-atacante Didira, deixando claro que já estava trabalhando com o 0 a 0, sobretudo pela cera que começou a ser praticada.
Aos 20, Cleiton Xavier, que começou a cair mais pela direita, cobrou falta na marca do pênalti – Victor Ramos testou forte, por cima. Aos 23, finalmente o gol: Dudu articulou a jogada e serviu Cleiton em velocidade pela direita, o cruzamento veio por baixo e Gabriel Jesus se antecipou à zaga para cutucar para dentro, num vãozinho entre o goleiro e a primeira trave. Alívio geral. A pressão de ser poder eliminado novamente pelo ASA crescia a cada minuto na torcida e o gol jogou água fria na fervura.
Na verdade, o gol jogou água fria em todo o jogo. O ASA deu-se por satisfeito pela luta e pelo trabalho que deu ao Palmeiras, reconheceu a impossibilidade de fazer dois gols em vinte minutos e tirou o pé. O nosso time também não se esforçou para agradar ao grande público e o jogo se arrastou até seu final. O juiz apitou e todo mundo ficou satisfeito – mas aquela satisfação sem graça.
Fim de jogo
Não fosse o fato do primeiro gol do Gabriel Jesus e seria apenas mais uma página burocrática em nossa História. O time correu um risco inacreditável. Uma derrota para o ASA traria um prejuízo moral imensurável. Haveria suspeitas de entrega proposital para optar pela Sul-Americana e o folclore de uma partida que já aconteceu há 13 anos seria reforçado, e duraria mais uns 50 para ser esquecido. Isso sem falar na quebra do ambiente positivo e do próprio prejuízo financeiro.
A responsabilidade dessa decisão é toda de Alexandre Mattos. Mesmo com o final feliz, ele deve ser duramente cobrado. Riscos podem ser corridos quando há muito a ganhar. Neste caso, poupar todo o time foi um risco absolutamente desnecessário, uma análise equivocada. Se Mattos sabia da decisão e autorizou, precisa ser cobrado. E se não sabia; se Marcelo tem essa autonomia, Mattos também é responsável, afinal, um técnico que acabou de chegar no clube não pode ter elementos para avaliar todas as implicações de um possível fracasso.
Passamos um sufoco; felizmente deu tudo certo no final. E é ótimo que esses apertos aconteçam agora, servem de lições para que o sistema seja cada vez mais aperfeiçoado. Agora é desvirar a chavinha e voltar a cabeça para o Brasileirão, domingo tem clássico e será muto agradável aplicar no Santos a lição que eles estão merecendo já há algum tempo. VAMOS PALMEIRAS!