Excelente vitória mostrando um bom futebol e a pegada que toda a torcida esperava desde o início do ano.
A expectativa, por conta dos resultados e do histórico do treinador, não poderia ser diferente: rumo ao título.
Jogo válido pela 10ª rodada do Brasileirão 2015.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 0 CHAPECOENSE
LOCAL: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
DATA/HORA: 1/7/2015 – 21h
ÁRBITRO: Pablo dos Santos Alves (PB)
AUXILIARES: Luis Filipe Gonçalves (PB) e Victor Hugo Imazu dos Santos (PR)
RENDA/PÚBLICO: R$ 1. 663.574,99 / 32.742 pagantes
CARTÕES AMARELOS: Wagner, Wiliam Barbio e Neném (CHA)
GOLS: Egídio, 27’/1ºT (1-0) e Cristaldo, 24’/2ºT (2-0)
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Vitor Hugo e Egídio; Gabriel, Arouca (Andrei Girotto, 38’/2ºT) e Robinho; Rafael Marques, Dudu (Zé Roberto, 20’/2ºT) e Leandro Pereira (Cristaldo, 23’/2ºT). TÉCNICO: Marcelo Oliveira
CHAPECOENSE: Danilo; Apodi, Rafael Lima, Neto e Dener; Elicarlos, Gil (Neném, 21’/1ºT), Cleber Santana e Camilo (Hyoran, 32’/2ºT); Wagner (Wiliam Barbio, intervalo) e Edmílson TÉCNICO:Vinicius Eutrópio.
Pós-Jogo
Fonte: Verdazzo
Venceu e convenceu. O Verdão 2015 finalmente deu as caras; foram necessários seis meses, uma troca de técnico, mas finalmente o trabalho iniciado em janeiro começa a aparecer. A vitória por 2 a 0 sobre a Chapecoense jogou o time para a 9ª colocação, a quatro pontos do G4, e mostrou uma equipe competitiva, compacta, capaz tanto de furar esquemas defensivos como de jogar no erro do adversário. Ainda esperando por Barrios, que faz uma grande Copa América pelo Paraguai, o Palmeiras desponta como uma das grandes forças do Brasileirão, ao lado do Atlético-MG e dos surpreendentes Sport e Atlético-PR – mas ainda paga pelo mau começo, quando deixou escapar muitos pontos. Há muito o que remar ainda.
Marcelo Oliveira repetiu o time que goleou o SPFC no final de semana, mas obviamente teve que mudar a proposta de jogo. Contra um time que fatalmente viria fechadinho atrás jogando em cima de nossos eventuais erros – como veio – seria necessário vencer a qualquer custo a batalha pelo meio-campo. Assim, o time marcou a saída de bola da Chape com muita intensidade, com marcação cerrada de todos os meio-campistas, obrigando o time catarinense a rifar a bola. Recuperando a posse rapidamente, o time venceu o jogo com naturalidade, graças ao volume de jogo combinado com a objetividade que não se via com o técnico anterior.
Primeiro tempo
Logo aos 20 segundos, a primeira grande chance: após a saída de bola, Egídio ligou com Robinho, que percebeu Leandro Pereira se projetando em velocidade e fez um rápido toque de calcanhar, deixando o atacante em ótima condição; Leandro conduziu até a entrada da área mas, pressionado, concluiu em cima do goleiro – se batesse cruzado no canto esquerdo faria o gol mais rápido do Brasileirão.
Aos dez, Egídio cobrou lateral rápido no campo de defesa e achou Dudu, com um latifúndio à frente para explorar; ele desdeu rápido, percebeu a ultrapassagem de Robinho e soltou a bola, correndo para o meio. Robinho fez a jogada em cima de Rafael Lima, deixando-o deitado na área, e cruzou para Dudu, que da marca do pênalti concluiu de primeira, mas Neto desviou – seria gol certo.
A Chape esteve bem armada para o contra-ataque nas primeiras movimentações, o Palmeiras demorou alguns minutos para encaixar a marcação. Edmilson já havia tentado uma finalização da lateral da área aos oito, sem perigo, mas aos onze Wagner escapou livre num apagão do lado esquerdo da defesa; poderia ter invadido a área e feito o gol, mas se enrolou com a bola de forma bisonha.
O Verdão então se encontrou em campo e passou a pressionar de forma consistente, com muitos deslocamentos e ultrapassagens pelos flancos. Aos 19, Egídio roubou e a bola sobrou para Dudu, que armou o contra-ataque de forma muito rápida; ele conduziu em diagonal e soltou para Robinho, que arriscou de fora com muito veneno – a bola pingou na frente da pequena área e iria na trave, mas Danilo conseguiu desviar com a ponta dos dedos a escanteio.
No talento de Camilo, aos 24, a grande chance da Chape: ele levou Arouca e Gabriel, abriu para Dener pela esquerda, nas costas de Lucas; o lateral bateu forte, cruzado, mas nem Edmilson, nem Apodi conseguiram escorar para o gol. Um perigo. Mas o Verdão respondeu três minutos depois, e com bola na rede: Lucas bateu o lateral da direita, junto ao escanteio; depois da disputa por cima a bola sobrou para Dudu na marca do pênalti; de costas para o gol, ele rolou para Egídio que bateu de fora – a bola desviou em Rafael Lima e enganou Danilo, que ficou sem ação. A sorte premiou o esforço.
Depois do gol, o Verdão diminuiu um pouco a intensidade – até porque o esforço após tanta aplicação na marcação e tantos deslocamentos em velocidade exigiu muito do físico dos atletas, que assim controlaram o ritmo do jogo até o apito final do primeiro tempo – não sem antes passar um susto numa bola parada, que Leandro Pereira tentou cortar mas quase marcou contra.
Segundo tempo
A Chape voltou com William Barbio no lugar de Wagner, para aumentar a pressão e tentar segurar um pouco as descidas de Egídio. Não adiantou muito: aos cinco, a primeira chance do segundo tempo foi com o camisa 66, que depois de roubar a bola duas vezes, ajeitou e mandou para o gol de longe, mas sem muita força – Danilo pegou fácil. E como estava cheio de confiança, aos dez minutos ele se encarregou de bater uma falta frontal, a dois metros da meia-lua – mas cobrou mal, na barreira.
Marcando muito forte, o Palmeiras se impôs também na etapa final, deixando claro para a Chapecoense quem era o time grande. Mesmo com uma proposta corajosa para o segundo tempo, o time catarinense foi dobrado pela postura impositiva dos jogadores do Verdão. Aos 13, Dudu roubou uma bola no campo de ataque, invadiu mas escolheu passar para Gabriel em vez de bater para o gol; o volante tentou cruzar para o meio da área mas a defesa se recompôs e salvou.
Mais uma vez Egídio: aos 18, ele conduziu o ataque e soltou para Robinho, que arriscou de fora – a bola passou muito perto da trave esquerda de Danilo. Aos 21, Victor Ramos fez o lançamento, Leandro Pereira fez a parede e serviu Rafael Marques, que partiu com muita velocidade e, da linha lateral da área, bateu para o gol com muita força, obrigando Danilo a rebater para o lado.
Aos 23, Cristaldo entrou no lugar de Leandro Pereira, e logo em seu primeiro lance, o argentino deixou sua marca: ele iniciou a jogada pela direita, invertendo a jogada com Egídio; o lateral tentou fazer graça na matada mas errou, deu sorte e ela caiu à sua feição para o cruzamento com o pé esquerdo e ele aproveitou; Robinho fechou no primeiro pau, puxando dois zagueiros, e desviou; a bola correu na frente do gol e Cristaldo estava livre no segundo pau para tocar para o gol vazio: 2 a 0.
Como no primeiro tempo, o gol acalmou o jogo. O Palmeiras, com boa vantagem no placar, administrou o esforço, e a Chapecoense deu-se por vencida. Deu tempo de Andrei Girotto voltar a entrar em campo, depois de muito tempo apenas figurando no banco, e da Chape criar uma grande chance já no finalzinho – William Barbio recebeu do lado direito, já dentro da área e bateu forte, cruzado – Prass defendeu parcialmente e Edmilson pegou o rebote. Ele tinha o gol aberto à sua frente, mas colocou por cima – para sua sorte o bandeirinha marcou impedimento.
Com três minutos de tempo extra, o péssimo árbitro Luis Filipe Gonçalves Correa, que se coloca mal, marca faltas inexistentes e gosta de aparecer mais que os atletas, encerrou o jogo, para a alegria dos mais de 32 mil palmeirenses que encheram o Allianz Parque.
Fim de jogo
Vitória da aplicação, de um time que mostrou que não ficou satisfeito em vencer um clássico, e deixou claro a todos que tem por objetivo escalar a tabela e brigar pelo título. A entrega dos jogadores foi o que fez o jogo ficar fácil e atraiu a sorte em vários lances – Egídio foi ajudado pelo acaso nos lances dos dois gols – mas, sabemos, a sorte só ajuda quem cria as situações para ser ajudado. O Verdão mereceu demais a vitória, e ela veio.
Foi um jogo em que o Palmeiras fez a lógica prevalecer. O time mais técnico, mais preparado, mais caro, jogando em casa, ganhou. Time consistente dificilmente permite que a imprevisibilidade do futebol inverta essa tendência, o Palmeiras tropeçou muitas vezes em times menores nos últimos anos, sendo até humilhado em algumas vezes, porque estava longe de atingir a consistência que este grupo mostra – o último time realmente bom do Palmeiras foi o de 2009. Seis anos depois, pudemos ter essa sensação de volta, e ao que parece isso se repetirá bastante nos próximos meses. Será? OBRIGADO, PALMEIRAS – E VAMOS!